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quarta-feira, fevereiro 28, 2007


Meus dedos aflitos,
Nicotínicos
Estão exaustos
Cansados de mim
De minha enfadonha rotina
Sou repulsiva aos olhos alheios
E muito poucos me entendem
Seguro inconstante
Meu cigarro
E meu tesão por Baudelaire
Não almejo mais nada
Que não seja a fumaça
E o gozo patético
Das palavras
Proparoxítonas
Presas no átono tom
Sou avessa aos sons
E a melodia me detesta
Tenho calo nos olhos
E as rimas estão em orgia quântica
Longe, bem longe desse equívoco
Que é minha poesia.
RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS E A PROPRIEDADE INTELECTUALCopyright © 2007. É proibida a venda ou reprodução de qualquer parte do conteúdo deste site. Este texto está protegido por direitos autorais. A cópia não autorizada implica penalidades previstas na Lei 9.610/98.

terça-feira, fevereiro 13, 2007




Uma rosa sabe o cerne da dor
Vive se despetalando
Abrindo mão de partes de si
Para o mundo, para o tempo
Que é tão curto
E quando não é arrancada,
Deflorada, doada em prova de amor
Em vida ou em morte
Uma rosa sabe o cerne da dor
Dá seu perfume, em troca de nada
O vento forte não a afaga
A apunhala inúmeras vezes
As gotas de chuva
Espancam-na sem pena
Levam-na ao chão
Sem que ela peça clemência
Uma rosa sabe o cerne da dor
Talvez mais um corpo
No meio de tantos
Que é despetalado
Extirpado de si
Arrastado, jogado ao tempo
Esquecido
Uma rosa sabe o cerne da dor.
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segunda-feira, fevereiro 05, 2007


Por vezes me pergunto
Porque escolher o mais difícil
Para quê me entregar ao contra senso
Porque me entrego aos braços da angústia
Porque não aceito a verdade alheia como a minha
A infame cinza da infelicidade
Encobre meus pensamentos
Faz-me analisar com frieza
E minha boca amarga
Não se cala diante da mesmice
E da vulgaridade
A inútil visão crítica
Fermenta minhas palavras hostis
Que projetam meu asco e ranço
E toda a miséria humana previsível
Não me calo diante das desumanidades
E dos vícios
Por vezes me pergunto
Porque escolher o mais difícil
Se é mais fácil fechar os olhos
Pois não haverá fim para as atrocidades
Já estamos entregues
Ao que nos salva de nós mesmos
Por vezes me pergunto
Porque escolher o mais difícil?


*Ilustração de minha autoria


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