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terça-feira, novembro 15, 2011

corpo celeste























como astro de luz que teima
ascende por onde é frio
atreve-se desconhecido
recolhe ânsias alheias
em castelos bélicos
em cinzas que evaporam
porque veio para ser livre

e como um cometa
rasga os céus
de fevereiro a fevereiro
deixando-se feito rasto
reluz sêmen da vontade
e não cessa, brilha

não era para ser
não era
a vida é de nunca
acostumei-me com dores
elas me fazem companhia

há períodos que me vem
nem raio de luz
nem trovão
de meia estação

hospeda-se completo
entre amplexo e átrio
e feito milagre ateu
faz manhãs cantarem
dentro de um peito calado

o meu.

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