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sábado, dezembro 30, 2006

número 16 - Nathalie Brandes Lourenço

Sinto-me duplamente feliz quando o Caleidoscópio é uma indicação de um amigo, neste caso, Leandro Jardim, quem me apresentou a Czarina das Quinquilharias. Nathalie Brandes Lourenço, escritora, nascida em 1984, em São Paulo, onde vive até hoje.

Essa descoberta foi muito gratificante, pois vejo em Nathalie o ímpeto e o entusiasmo que tinha há dez anos, o que aumenta minha esperança de que algo, no campo literário, já está mudando nesse país.

Seu blog intitulado “Sabedoria de Improviso” desnuda uma escritora intimista e existencialista, mas não só isso, sacode as mentes desavisadas de maneira permanente, é contundente e perturbadora, sempre em tom confessional.

Seus contos trazem fragmentos de vidas que poderiam ser a minha ou a sua, caro leitor, e chocam, alguns pelo excesso se realismo, outros por um surrealismo, uma teoria do absurdo, tudo misturado em uma prosa simples, longe de ser simplória.

Sua poesia é mais leve, quase toca a doçura, em alguns momentos, se comparada à prosa, mas não estou e nem quero generalizar, pois Czarina é uma escritora versátil e criativa, confesso-me tocada por sua escrita em vários sentidos.

Em muitos textos que li, percebi que ela tem a facilidade de mudar o ângulo de visão do leitor, consegue guinadas que podem deixar tonto ou até nos deixar sem chão.

Recomendo:
Poesias:
Simbólico
Outro domingo
O que Jack não disse
Sem sapatilhas
Andaluza
Os mortos-vivos

Prosas:
A Yakissoba Story – Partes 1,2 e 3
A teoria na prática
O sexo ou HAAGEN DASZ
Prefiro o barulho do mar
Croniqueta

Blog:
http://sabedoriadeimproviso.blogspot.com/

Sítio:
http://www.zineabsinto.cjb.net/


Boa semana, e até a próxima!

Agradecimentos especiais à Caroline Schneider, que gentilmente revisa meus textos.

O objetivo maior do meu trabalho é a troca, por isso há espaço para comentários no rodapé da página.

Dúvidas ou sugestões:

larissapin@hotmail.com

quarta-feira, dezembro 27, 2006


Meu olho esquerdo

Não repare
Não me olhe muito
Pois percebi agora
Que meu olho esquerdo
É enorme
Mais permissivo
Mais revelador
Menos punitivo
Menos constrangedor
Quem me dera tivesse
Dois olhos esquerdos
Para ver apenas um lado
Para perceber melhor os outros
Pois meu olho direito
Só inflama
Só me reprime
Só me engana.

RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS E A PROPRIEDADE INTELECTUALCopyright © 2006. É proibida a venda ou reprodução de qualquer parte do conteúdo deste site. Este texto está protegido por direitos autorais. A cópia não autorizada implica penalidades previstas na Lei 9.610/98.

Convido você leitor, para que visite meu blog de prosa:

http://www.calamidadevisceral.blogspot.com/

quinta-feira, dezembro 21, 2006

número 15 - Leandro Jardim

Sempre é bom reiterar ao leitor do prazer que sinto por estar aqui e, principalmente, descobrindo gente nova brotando e florescendo, neste solo fértil que é a rede. Leandro Schoemer Jardim foi mais um achado, uma dessas raridades, uma jóia, um oásis de bom gosto e de boa leitura.

Carioca, compositor, cantor, letrista e poeta, nascido em 1979, em Birmingham, na Inglaterra, onde seus pais brasileiros foram estudar mestrado e doutorado. Voltaram para o Rio de Janeiro quando ele tinha três anos de idade. Leandro faz questão de enfatizar que é brasileiro e carioca.

Diz ter começado a tocar violão aos dezoito anos, autodidata, contava apenas consigo e a boa vontade dos amigos, o violão era companheiro inseparável, começou a transformar suas tristezas compondo letras de música e confessa que no princípio não tinham qualidade.

Ao entrar no curso de comunicação da PUC, seu interesse por arte e música, em especial, deu uma guinada. Juntou os amigos em uma banda chamada Kauabanga e apresentou-se em seu primeiro show.

A banda acabou, mas Leandro continuou compondo e iniciou as gravações de seu trabalho e foi isso que marcou a sua guinada de compositor pra poeta: quando decidiu ser letrista, focar a parte da composição.

Conheceu Rafael Gyner, atualmente seu parceiro musical, que o presenteou com um livro de Fernando Pessoa, citou também Manoel de Barros, como influência, embora admitindo ter um estilo próprio, diz que a poesia foi elemento modificador em sua vida.

O blog nasceu dessa sua empolgação pela poesia e pela música. Nele Leandro nos brinda com seus poemas melodiosos, sonoros, que nos fazem viajar nos sons, nas toadas da natureza e da urbanidade. Traz amor e lamento em seus versos, afiados, cortantes. Vale a pena conferir!


Recomendo:
Trilogia do Lamento
Esse vento
Gênios e loucos
Urbanismo e Natureza

Blogs:
http://florespragasesementes.blogspot.com/
http://blogdesete.blogspot.com/

Ouça Leandro Jardim
http://www.tramavirtual.com.br/artista.jsp?id=34585

Boa semana, e até a próxima!

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terça-feira, dezembro 19, 2006


Uma alegria doentia me toma
Sinto me feliz com aquela tristeza
Um leve frescor invade meu ser
E esta sensação de água gelada
Aplacando a sede da boca sedenta
Enquanto um rosto empalidece,
Um corpo desfalece...
Ver essa angústia
Encanta-me
Sou penetrada com agudez
Pela faca fria da realização...
Volúpia, nesta viagem interminável,
De querer o mórbido,
De olhar a dor,
De me sustentar com ela...
Como é linda a tristeza,
Como ela me seduz,
Carrega-me em seu colo
E me leva delirante
E repleta de mim
Rumo ao desconhecido.
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terça-feira, dezembro 12, 2006

número 14 - Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves

Encontrei Paulo em uma comunidade do Orkut, chamada “Bar do Escritor”, um caminho muito diferente dos outros escritores já citados até aqui. Paranaense, nascido e criado na cidade de Ponta Grossa, Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves tem uma personalidade forte e irreverente, não faz questão de agradar, joga seus textos na cara do leitor e isso me apetece.

Seus poemas escatológicos, corrosivos, não deslumbram os olhos desavisados, mas como gosto de poetas marginais, o identifiquei logo, ele debocha da sociedade, das fraquezas e mazelas humanas, lembrou-me Glauco Mattoso, o primeiro escritor que apresentei aqui no Caleidoscópio.

Paulo é livre, desnudo dos falsos pudores sociais, pelo menos em sua poesia, na prosa participa de um blog, mas disse que não pode escrever palavrões neste espaço, então é mais recatado, o que não afeta em nada sua língua ferina, que chicoteia, tripudia do inconsciente popular.

Diz se interessar por física quântica, misticismo, e coisas que são tão inexplicáveis que sequer nome têm. Citou Bukowski e Remarque como influências.

No aspecto material, o conteúdo, confessa ter preferência sobre o formal, por isso se perde entre “acentos” e “porquês”, por se tratarem do meio e não do fim da escrita. Sendo assim, atenha-se ao conteúdo que esse escritor tem, ele é fascinante! Pouco convencional, mas surpreendente!

Como aviso sempre, escrevo apenas sobre o que me agrada, meu crivo é torto, mas tem crédito. Vale a pena conferir!


Recomendo:
Para quem tem Orkut:
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=3891757&tid=2469156686073975035
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=3891757&tid=2463764322421592315
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=3891757&tid=2470783952545665275
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=3891757&tid=2460390677150191867
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=3891757&tid=2455170911053566203
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=3891757&tid=2457956004071493883
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=3891757&tid=2455728584639664379
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=3891757&tid=2455641837037703419
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=3891757&tid=2456127342288326907

No Blog recomendo:
Criança magrinha
Dá nada, eu to bêbado
Da vida, o problema é viver

Blog:
http://nossogarfodecadadia.blogspot.com/

sábado, dezembro 02, 2006



A primeira veio só,
Pedia qualquer coisa,
Mas estava belamente vestida,
Cheirava bem,
Caminhava altiva,
Não exigiu muito,
Quis um afago,
E ao receber,
Foi-se.
A segunda, também veio só,
Pedia algo mais,
Tinha vestes desbotadas,
Não usava perfume,
Caminhava insegura,
Mas pediu um pouco mais,
Queria meu beijo,
E ao receber,
Foi-se.
A terceira veio acompanhada,
Não pedia nada,
Tinha as roupas rasgadas,
Era mal cheirosa,
Caminhava amparada,
Mas sua companheira quis a mim,
Queria minha alma
E ao tomar-me
Percebi que todas as outras eram eu, e fui.
* A ilustração é de minha autoria.
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