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sábado, dezembro 30, 2006

número 16 - Nathalie Brandes Lourenço

Sinto-me duplamente feliz quando o Caleidoscópio é uma indicação de um amigo, neste caso, Leandro Jardim, quem me apresentou a Czarina das Quinquilharias. Nathalie Brandes Lourenço, escritora, nascida em 1984, em São Paulo, onde vive até hoje.

Essa descoberta foi muito gratificante, pois vejo em Nathalie o ímpeto e o entusiasmo que tinha há dez anos, o que aumenta minha esperança de que algo, no campo literário, já está mudando nesse país.

Seu blog intitulado “Sabedoria de Improviso” desnuda uma escritora intimista e existencialista, mas não só isso, sacode as mentes desavisadas de maneira permanente, é contundente e perturbadora, sempre em tom confessional.

Seus contos trazem fragmentos de vidas que poderiam ser a minha ou a sua, caro leitor, e chocam, alguns pelo excesso se realismo, outros por um surrealismo, uma teoria do absurdo, tudo misturado em uma prosa simples, longe de ser simplória.

Sua poesia é mais leve, quase toca a doçura, em alguns momentos, se comparada à prosa, mas não estou e nem quero generalizar, pois Czarina é uma escritora versátil e criativa, confesso-me tocada por sua escrita em vários sentidos.

Em muitos textos que li, percebi que ela tem a facilidade de mudar o ângulo de visão do leitor, consegue guinadas que podem deixar tonto ou até nos deixar sem chão.

Recomendo:
Poesias:
Simbólico
Outro domingo
O que Jack não disse
Sem sapatilhas
Andaluza
Os mortos-vivos

Prosas:
A Yakissoba Story – Partes 1,2 e 3
A teoria na prática
O sexo ou HAAGEN DASZ
Prefiro o barulho do mar
Croniqueta

Blog:
http://sabedoriadeimproviso.blogspot.com/

Sítio:
http://www.zineabsinto.cjb.net/


Boa semana, e até a próxima!

Agradecimentos especiais à Caroline Schneider, que gentilmente revisa meus textos.

O objetivo maior do meu trabalho é a troca, por isso há espaço para comentários no rodapé da página.

Dúvidas ou sugestões:

larissapin@hotmail.com

quarta-feira, dezembro 27, 2006


Meu olho esquerdo

Não repare
Não me olhe muito
Pois percebi agora
Que meu olho esquerdo
É enorme
Mais permissivo
Mais revelador
Menos punitivo
Menos constrangedor
Quem me dera tivesse
Dois olhos esquerdos
Para ver apenas um lado
Para perceber melhor os outros
Pois meu olho direito
Só inflama
Só me reprime
Só me engana.

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Convido você leitor, para que visite meu blog de prosa:

http://www.calamidadevisceral.blogspot.com/

quinta-feira, dezembro 21, 2006

número 15 - Leandro Jardim

Sempre é bom reiterar ao leitor do prazer que sinto por estar aqui e, principalmente, descobrindo gente nova brotando e florescendo, neste solo fértil que é a rede. Leandro Schoemer Jardim foi mais um achado, uma dessas raridades, uma jóia, um oásis de bom gosto e de boa leitura.

Carioca, compositor, cantor, letrista e poeta, nascido em 1979, em Birmingham, na Inglaterra, onde seus pais brasileiros foram estudar mestrado e doutorado. Voltaram para o Rio de Janeiro quando ele tinha três anos de idade. Leandro faz questão de enfatizar que é brasileiro e carioca.

Diz ter começado a tocar violão aos dezoito anos, autodidata, contava apenas consigo e a boa vontade dos amigos, o violão era companheiro inseparável, começou a transformar suas tristezas compondo letras de música e confessa que no princípio não tinham qualidade.

Ao entrar no curso de comunicação da PUC, seu interesse por arte e música, em especial, deu uma guinada. Juntou os amigos em uma banda chamada Kauabanga e apresentou-se em seu primeiro show.

A banda acabou, mas Leandro continuou compondo e iniciou as gravações de seu trabalho e foi isso que marcou a sua guinada de compositor pra poeta: quando decidiu ser letrista, focar a parte da composição.

Conheceu Rafael Gyner, atualmente seu parceiro musical, que o presenteou com um livro de Fernando Pessoa, citou também Manoel de Barros, como influência, embora admitindo ter um estilo próprio, diz que a poesia foi elemento modificador em sua vida.

O blog nasceu dessa sua empolgação pela poesia e pela música. Nele Leandro nos brinda com seus poemas melodiosos, sonoros, que nos fazem viajar nos sons, nas toadas da natureza e da urbanidade. Traz amor e lamento em seus versos, afiados, cortantes. Vale a pena conferir!


Recomendo:
Trilogia do Lamento
Esse vento
Gênios e loucos
Urbanismo e Natureza

Blogs:
http://florespragasesementes.blogspot.com/
http://blogdesete.blogspot.com/

Ouça Leandro Jardim
http://www.tramavirtual.com.br/artista.jsp?id=34585

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terça-feira, dezembro 19, 2006


Uma alegria doentia me toma
Sinto me feliz com aquela tristeza
Um leve frescor invade meu ser
E esta sensação de água gelada
Aplacando a sede da boca sedenta
Enquanto um rosto empalidece,
Um corpo desfalece...
Ver essa angústia
Encanta-me
Sou penetrada com agudez
Pela faca fria da realização...
Volúpia, nesta viagem interminável,
De querer o mórbido,
De olhar a dor,
De me sustentar com ela...
Como é linda a tristeza,
Como ela me seduz,
Carrega-me em seu colo
E me leva delirante
E repleta de mim
Rumo ao desconhecido.
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terça-feira, dezembro 12, 2006

número 14 - Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves

Encontrei Paulo em uma comunidade do Orkut, chamada “Bar do Escritor”, um caminho muito diferente dos outros escritores já citados até aqui. Paranaense, nascido e criado na cidade de Ponta Grossa, Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves tem uma personalidade forte e irreverente, não faz questão de agradar, joga seus textos na cara do leitor e isso me apetece.

Seus poemas escatológicos, corrosivos, não deslumbram os olhos desavisados, mas como gosto de poetas marginais, o identifiquei logo, ele debocha da sociedade, das fraquezas e mazelas humanas, lembrou-me Glauco Mattoso, o primeiro escritor que apresentei aqui no Caleidoscópio.

Paulo é livre, desnudo dos falsos pudores sociais, pelo menos em sua poesia, na prosa participa de um blog, mas disse que não pode escrever palavrões neste espaço, então é mais recatado, o que não afeta em nada sua língua ferina, que chicoteia, tripudia do inconsciente popular.

Diz se interessar por física quântica, misticismo, e coisas que são tão inexplicáveis que sequer nome têm. Citou Bukowski e Remarque como influências.

No aspecto material, o conteúdo, confessa ter preferência sobre o formal, por isso se perde entre “acentos” e “porquês”, por se tratarem do meio e não do fim da escrita. Sendo assim, atenha-se ao conteúdo que esse escritor tem, ele é fascinante! Pouco convencional, mas surpreendente!

Como aviso sempre, escrevo apenas sobre o que me agrada, meu crivo é torto, mas tem crédito. Vale a pena conferir!


Recomendo:
Para quem tem Orkut:
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=3891757&tid=2469156686073975035
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=3891757&tid=2463764322421592315
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=3891757&tid=2470783952545665275
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=3891757&tid=2460390677150191867
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=3891757&tid=2455170911053566203
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=3891757&tid=2457956004071493883
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=3891757&tid=2455728584639664379
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=3891757&tid=2455641837037703419
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=3891757&tid=2456127342288326907

No Blog recomendo:
Criança magrinha
Dá nada, eu to bêbado
Da vida, o problema é viver

Blog:
http://nossogarfodecadadia.blogspot.com/

sábado, dezembro 02, 2006



A primeira veio só,
Pedia qualquer coisa,
Mas estava belamente vestida,
Cheirava bem,
Caminhava altiva,
Não exigiu muito,
Quis um afago,
E ao receber,
Foi-se.
A segunda, também veio só,
Pedia algo mais,
Tinha vestes desbotadas,
Não usava perfume,
Caminhava insegura,
Mas pediu um pouco mais,
Queria meu beijo,
E ao receber,
Foi-se.
A terceira veio acompanhada,
Não pedia nada,
Tinha as roupas rasgadas,
Era mal cheirosa,
Caminhava amparada,
Mas sua companheira quis a mim,
Queria minha alma
E ao tomar-me
Percebi que todas as outras eram eu, e fui.
* A ilustração é de minha autoria.
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quinta-feira, novembro 30, 2006

número 12 - Alexandre Costa

As imagens, além da escrita me atraem muito. Encontrei o Fotoclube/508 por isso. As imagens me fascinam, pois acredito que uma imagem bela substitui várias palavras, dispensa comentários!

A descoberta de Alexandre Costa passou por essa lógica de pensamento. Esse carioca, que há 34 anos vive em Santos, formado em Comunicação e Tecnologia (enfatizando as áreas de rádio, televisão e cinema), fascinou-me num primeiro momento pelas imagens que cria. Ao me deparar com os trabalhos, que esse fotógrafo imprime, encantei-me e deixei-me levar também por suas palavras.

A escrita de Alexandre é suave, traz a marca de sua alma de poeta apaixonado pela vida, pela arte. É um otimista, e sem deixar de lançar seu olhar crítico e contestador, consegue afagar os olhos e a alma do leitor.

Tem um olhar poético da figura feminina, o que mais me atraiu foram as imagens femininas que ele produz, em geral, com elementos da natureza, flores, folhas, terra, mescladas com corpos nus ou seminus de mulheres belas.

Em seus textos, mistura prosa, verso e exala seu estilo leve, mas abrasivo. Traz uma realidade corriqueira, carregada de sentidos próprios. Suas fotografias e seus textos poderiam ser divididos por séries sazonais, como inverno, verão, primavera e outono, os textos têm cor, um sentimento novo que ainda não havia experimentado.

O artista afirma gostar do abstrato na poesia, na pintura, na escultura e na arte, em geral.

Como já disse, não confiem em meus olhos, maravilhem-se com a obra de Alexandre Costa, um poeta visual, um prosador olfativo, tátil, que encanta nossos sentidos.


Recomendo:
Contos
O homem que queria ser Jabor – (todos)
Diário de Penélope- (todos)

Poesias
Na cama macia um corpo dormia
Aqui estou a olhar este céu
Ao ouvir tuas letras
O caminho
A janela – entre tantos outros.

Blog:
http://contosecultos.blogspot.com/

Boa semana, e até a próxima!

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quarta-feira, novembro 29, 2006

Perdida em tuas unhas negras
Que quase revelam tua alma
Mergulho num fosso sem fundo
De onde não quero voltar
Já não ouço mais vozes
Não vejo mais gestos
Nem se dá conta do desprezo
Que me cabe
Restam de ti tuas linhas retas
Tuas caricaturas de overdose
Teu desencanto que beira ao encantamento
Tua vontade vazia de estar d’outro lado
E tuas unhas negras
Que bailam sobre meu olho absurdo
Que teimam em me guiar.



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quarta-feira, novembro 22, 2006


Temo silenciosa por sua alma
Sem suspiro numa inquietude vazia
Quase numa sombra de calma
Nesta plenitude de melancolia.

Por certo essa aflição
Que me ferve o sangue
E dispara meu coração
Faça com que se zangue

Mas essa angústia me assusta
Tenho medo de me perder
E numa curva do rio te esquecer

E minha mão na escuridão te busca
Mas já não sou a luz que te ofusca
E nem o sol pra te aquecer.



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quinta-feira, outubro 26, 2006

número 11 - Rubro Jungüer Medina

E nessas minhas andanças pela rede encontrei mais um raro, Rubro Jungüer Medina, mineiro, reside em Belo Horizonte. Traz na escrita sua marca pessoal, nos seus causos, em sua visão multifacetada, retrata fatos cotidianos, carregados de sarcasmo, ironia, e absurdos.

Rubro está em constante metamorfose. Podemos encontrar textos leves, carregados de humor e brasilidade, como também textos trágicos, carregados de tragédia e escárnio, e tem obras para o público infantil, o que confirma sua pluralidade. Consegue nos surpreender a cada linha, a cada conto/crônica.

Quando perguntei sobre suas influências, citou várias, a simplicidade poética do Érico Veríssimo, o realismo de Machado de Assis, o “visceral e cruel” de Aluísio Azevedo, o “non-sense” (absurdo) de Mário de Andrade em Macunaíma, o novelesco de Sidney Sheldon e as tendências da literatura inglesa. Disse não gostar muito de citar influências, pois poderia soar pedantismo, e que as têm muito diluídas.

O que é certo é que seu estilo é provocativo, contestador, irreverente. Citei seus pareceres por serem parte essencial de sua obra única. Prende-nos a atenção de forma criativa e singular.

Suas indagações e conflitos são faíscas que viram verdadeiros incêndios em nossas mentes, e incitam à reflexão sobre o homem como indivíduo inserido na sociedade atual. É comovente a forma que consegue nos tocar e, por vezes, nos atingir.

Num passeio literário por seus textos descobri muito, tanto de sua gente, quanto de suas tendências. Foi um prazer conhecer seus blogs, sua modéstia, tão preciosos, neste mundo virtual. Vale a pena conferir!

Sítios:
http://napontadolapis.zip.net
http://gavetadoautor.sites.uol.com.br
http://nabocadopovo.flog.oi.com.br
http://napontadolapis.flog.oi.com.br
http://napontadolapis.flog.oi.com.br

Recomendo:
Cipozinho das Sete
Cavaleiro das nuvens
Acidente odontológico

Todos os textos que citei estão no sítio:
http://napontadolapis.zip.net

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terça-feira, outubro 24, 2006


Sonha, que teu desejo é vão,
Ama, que teu sonho é vão,
Vive, que teu amor é vão,
Grite, que tua vida é vã,
Cale, que teu grito é vão,
Morra, que teu silêncio
É o que te cabe
Neste mundo sem perdão,
Perdoa, que tua morte é vã,
E vá, que tua ida
É apenas despedida
Do que tanto te aborrece.
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sexta-feira, outubro 20, 2006


Ama-me sem pudor
Enquanto ainda houver amor
Enquanto nos queimar a chama
Ama-me sem pudor

E quando não houver mais amor
Deixe a brasa nos consumir
E se ela se apagar
Ama-me pra se despedir.
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quinta-feira, outubro 19, 2006

A dança da vida
É tão certa
Um pra lá
Um pra cá...
No compasso de dueto
Dois pra lá
Dois pra cá...
Deslumbram-se...
Amam-se...
Dois pra lá
Dois pra cá
Sonham
Vivem
Dois pra lá
Dois pra cá
Mas caem
E levantam
Dois pra lá
Dois pra cá
E assim vão dançando...
Amando pra desamar,
Sonhando pra acordar,
Vivendo pra morrer...
E continua a dança...
Um pra lá
Um pra cá
Sempre, sem parar.
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quinta-feira, outubro 12, 2006


A fumaça já faz parte da rotina
E o homem que tudo destrói
Homem criador de deuses
Sente-se sufocado
Não pelo apenas pelo ar que respira
Mas por suas criações esquecidas
Que dançam em seus pensamentos
Que congelam seu coração
Talvez de sua sacada
Depare-se com suas criaturas
Fábricas engolindo gente
E cuspindo pedras de carvão,
Cimento, poeira e alcatrão...
Talvez se orgulhe de si
E de seus filhos,
Que como ele,
Engolem sua parte gente
E cospem pedras, palavras duras,
Carvão, palavras negras,
Cimento, palavras incolores,
Poeira, palavras vãs,
E alcatrão, palavras amargas,
E venais.


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http://dialeticadofrenesi.blogspot.com/

quarta-feira, outubro 11, 2006

número 10 - Tatiana Carlotti

Será que internet vicia? Talvez uma certa dependência, pois acho que virei uma espécie de escrava do computador, não consigo mais desligar, é tanta gente para conhecer, tantos mares para navegar, que passo horas sem tirar meus olhos da tela.

Esta semana, falarei de Tatiana Carlotti, escritora paulistana, nascida em 1977. Conheci seu trabalho num sítio intitulado “Tudo Lorota”, quem indicou foi Márcia do Valle, a escritora que destaquei há duas semanas.

Seus contos/crônicas têm um tom surrealista, alguns com uma aura esfumaçada, meio onírica de não se distinguir a realidade do sonho, beirando à loucura. Outros são duros, retratando a solidão do ser humano, da mulher, todos os sentimentos amarrados com cenas frias da urbanidade.

Tatiana consegue unir a sutileza quente de um beijo à dureza de uma rua fria e vazia, nunca havia lido nada parecido, uma convulsão de sentimentos aleatórios que nos arrastam pela vida cotidiana e escancaram nossas fragilidades mais profundas. Seus escritos imprimem uma certa alucinação no real, e o leitor a acompanha nessa viagem tomado de sentimentos de empatia e aflição.

Confesso-me apaixonada por seu ímpeto, por sua maneira sinestésica de escrever, por isso me entrego e sei que dela ainda há muito por se conhecer. Ao ler uma frase dela que dizia, que todo ser humano fica só por duas horas, pois as maternidades não permitem que as mães fiquem no quarto com seus bebês, quando nascem, senti uma dor uterina.

Sou mãe, tenho uma filha, que só me deixaram ver vinte horas depois do parto, sentenciei a pobre a ficar sozinha, mais do que as duas horas que foram citadas pela escritora. E só atinei para isso ao ler sua crônica.

É por essas e outras que me encanta essa tênue linha que separa um ser do outro, esse ler o outro e ser tocado visceralmente por ele.

Tatiana tocou-me, não só por ser mulher, por eu sentir as mesmas dores que relata, mas pelo conjunto da obra. Vale a pena conferir!


Recomendo:
Crônica de um domingo chuvoso
Da Rua
Barracão
Anéis de fumaça
Vãos
Cachaça

Sítios:
www.tudolorota.com.br
www.bagatelas.net


E-mail da escritora:
tcarlotti@yahoo.com.br

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sábado, outubro 07, 2006


No dia da fome
Os bolos se divertem
Pães doces, salgados,
Biscoitos, guloseimas...
E na incompreensão
Das coisas
Da linha entre a gula
E o desperdício,
Entre a inanição e a saciedade...
Uns clamam pelas tetas da fartura
Outros só querem tetas
De mães mortas ou dilaceradas.
Na hora da fome
Há quem coma,
Há quem clame,
Há quem chore,
Há quem morra...
Enquanto mãos assinam sentenças
Outras mendigam
Rasgam o chão seco
Chão morto
Na esperança de colher,
Mas não haverá fruto
E já não há nada.
Apenas os bolos, bobos e tolos
Divertem-se.
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quinta-feira, outubro 05, 2006

Boca suja!
Boca suja!
Ai menino da boca suja,
Vou lavar sua boca com sabão
E contar pra sua mãe do seu palavrão...
Menino de olho esbugalhado,
Que brinca com as pelotas,
As bolinhas de vidro,
Bolas-de-gude...
Que carrega o estilingue no bolso traseiro,
Que tem a boca suja,
Vou contar pra todo mundo
Que sinto saudade de ser...
Ai menino da boca suja
Da roupa suja
Dos pés grossos de andar descalço,
Com a calça arregaçada até o joelho,
Para correr melhor,
E ai de quem tretasse com ele...
Era xingo, palavrão e maldizer,
Sem pestanejar, sem lembrar que tinha mãe.
Acertar a cabeça do fôgo-pagô,
Dos calangos,
Hei calando, tá com a cabeça quebrada?
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sexta-feira, setembro 22, 2006

Sou realista
Doce argumento
Para enxergar a vida amarga
A realidade das roseiras
São os espinhos
Enquanto as rosas não desbrocham
E mesmo em fina flor
Ainda estão lá as lanças
Rosas são minoria
Belas como a felicidade
E duram tanto quanto
Já os espinhos
Ai os espinhos
São farpas agudas
Em meu peito abtuso
Enquanto roseira
Espinhos.
Agradecimentos especiais ao fotógrafo Alexandre Costa, autor da fotografia
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quarta-feira, setembro 13, 2006


Cante uma canção enfadonha
Dessas muito medonhas
E veja se desperta do pesadelo que sonha
Cante o copo com água, o laxante!
O descongestionante, o calmante!
Cante para matar o tédio
Que contra a vida
Não há remédio
remédio
Que não seja a sorte
Que não seja a morte.
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quarta-feira, setembro 06, 2006

número 9 - Cláudio B. Carlos (CC)

Ainda não entendo como pode haver tantos analfabetos, numa nação tão rica culturalmente, como a nossa. Deixo aqui minha indignação com os rumos da educação neste país, uma pequena homenagem sarcástica ao “dia da educação”, que deveria ser todos os dias!

Quanto mais bebo desse mundo mais entendo minha sede, e como é maravilhoso viajar nas letras, nas lendas de outros, sinto-me ofendida por saber que é privilégio para poucos.

Pois bem, vamos falar de coisa boa, que é o que me inspira toda semana, apresento a vocês, dentre tantas outras felizes, mais uma descoberta: Cláudio B. Carlos (CC), um gaúcho, nascido em 1971, na cidade de São Sepé, poeta e prosador.

O que me chamou a atenção nos textos de Cláudio, sobretudo em sua poesia, é a vivacidade de sua musicalidade, os poemas são carregados de aliterações, que dão um tom de canção aos versos, alguns com melodias ansiosas, outros com sons concretos como prego na madeira, ou um coração ressoando.

Cláudio consegue externar seus ecos interiores, e o faz com maestria, usa figuras de linguagem que nos fazem sentir incomodados com as “pedras no sapato”, indignados com as verdades cruas que apresenta. Imprime em sua obra a infância, a realidade, a religiosidade, a sensualidade, em seu vocabulário desnudo de pudores.

Não sei se é uma coincidência ou uma característica, mas percebi que em alguns de seus textos existe uma ode, um amor à sua terra, às suas raízes, notei o mesmo sentimento em alguns trabalhos de Carpinejar, que também é gaúcho.

O escritor tem cinco obras editadas: “Um poema para Elena”, “Um arado rasgando a carne”, “O aprendiz de Poeta”, “A pedra da Realidade” e “temporais atemporais tempo temporão”, os dois últimos livros citados são artesanais.

Em seu blog, o leitor encontrará poemas concretos, profanos, escatológicos, simbolistas, modernos, uma diversidade de boa literatura. Vale a pena conferir!

Recomendo:
Quem ama o feio...
Poema Temporal
Poema Temporal 2
Tormentas de setembro
Como gato que fica sem dono
Zoológico Ilógico
Sobre um servo imperfeito
Catarro
Donde brota o salobre
E tantos outros poemas sem título

Sítio:
www.claudiocarlos.pop.com.br


Blog:
http://balaiodeletras.blogspot.com

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Depois que parti de mim
Escrevo cartas intensas
Sem fim
Rabiscos tortos
Inúteis
E essa casca
Convalescente
Insiste em gritar,
Chorar, sofrer,
Clamar pelo que já fui
Mas esse que observa
Já não quer mais voltar
Busca ainda seu rumo
Está preso a esse tema
Fatídico e ignóbil
Como as canções repetidas
Em semitom
Não mais
Não mais.
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segunda-feira, agosto 28, 2006

número 8 - Márcia do Valle

Só hoje, observei que só escrevi sobre escritores do sexo masculino, seria um relapso ou alguma espécie de preconceito? Fiquei dias me questionando, mas cheguei a uma conclusão: as mulheres são mais desconfiadas, quando abordadas por outra mulher.

Os homens não, eles se entregam, sem pudores, sem castrações, mas devo dizer que essa entrega não tem nada a ver com meu belo par de pernas, porque nenhum dos citados me conhece pessoalmente.

O que quero dizer é que o feedback masculino foi maior que o feminino, entrei em contato com o mesmo número de escritores de ambos os sexos, só a receptividade foi diferente.

Na minha oitava semana de Caleidoscópio terei o prazer de destacar o primeiro trabalho feminino, e vou citar uma escritora de estirpe, maravilhosa. Márcia do Valle nasceu no Rio de Janeiro, em 1977, sua escrita é recheada de poesias cadenciadas, de prosas intimistas e contos de ótima qualidade.

Márcia parece falar de si, mesmo escrevendo em terceira pessoa, suas confissões permeiam a maioria de nossas almas femininas, encanta, espanta e escancara esse ser solitário, confuso e inseguro que habita em todas nós.

Tive um primeiro contato com seu blog, um amigo indicou-me, dizendo, “leia Márcia do Valle, ela pensa como você!”. Sempre julguei meu trabalho desaforado, porque digo o que sinto, o que penso, sem me preocupar com as conseqüências que essa atitude pode trazer. Vi Márcia assim, neste mesmo tom confessional, mas de uma maneira elegante, consegue tratar com delicadeza as situações-limite.

No seu livro “180 graus”, descreve, esmiuçando, a trajetória de duas mulheres, uma carioca e uma francesa, que habitam a mesma narrativa paralelamente e só se encontram em um certo momento na história. O mais poético é que as duas têm culturas diferentes, mas são muito parecidas.

A descrição angustiante de seus conflitos internos traz a figura fiel da mulher atual, uma mulher que luta para ser reconhecida, amada e feliz. O livro é mais que um relato, é a expressão de uma escritora que conhece bem o universo feminino.

Como eu digo sempre aos meus leitores, não perco tempo em criticar escritores que não me agradam, é mais agradável e gratificante, devo admitir, falar de trabalhos como de Márcia do Valle. Acredito que em sua obra há muito de Virgínia Woolf e Simone de Bevouir, escritoras que falam dessas dificuldades femininas de uma maneira mais intimista.

Márcia do Valle é uma escritora apaixonante, em muitos trechos de seu livro, senti um nó na garganta, daqueles que só quem sentiu cada momento, como navalha fria na carne quente, sabe o que é o sofrimento e a angústia feminina. Vale a pena conferir!

Recomendo:
Livro180 graus – Editora Marco Zero

E os textos:
Partida
Se alguém disser que você é sua musa inspiradora...
Daqui a pouco começa a vida
Vazio
Meu corpo sem química pede por você
A minha imaginação vai longe
Uma vez me disseram
Era uma vez, uma menina que tinha uma lâmpada com um gênio


Blog:
http://www.soltanomundo.blogger.com.br/
Resenha:
http://www.verbo21.com.br/arquivo/ensaios_c_jun05.htm
Entrevista:
http://www.republicadolivro.com.br/info.php?not=10697&oque=2&cd_editora=302
Sítios:
http://www.escritorassuicidas.com.br/edicao2_6.htm#marciadovalle
http://www.escritorassuicidas.com.br/edicao3_6.htm#marciadovalle3
http://www.tudolorota.com.br/convidado.htm
http://www.blocosonline.com.br/literatura/autor_prosas.php?id_autor=2950&flag=nacional
http://www.blocosonline.com.br/literatura/autor_poesia.php?id_autor=2950&flag=nacional
http://www.gargantadaserpente.com/coral/contos/mdv_lapide.shtml
http://www.autores.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1100&Itemid=38
http://www.simplicissimo.com.br/index.php?option=com_comprofiler&task=userProfile&user=1126
http://www.segmentoarte.blogspot.com/

domingo, agosto 20, 2006

Sou poeta ruim
Da boca amarga
Cheia de pigarro
Não me comparem
Não sou Navarro
Tenho a boca suja
Não tenho pudores
Escrevo escárnio
Não amores
Que se danem
Cecílias e Coras
Qualquer escória
Quero e sou mais eu
Que se danem todos
Que se dane seu deus
Sou ateu.
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quarta-feira, agosto 16, 2006

número 7 - Otávio Augusto

Sabe o que me emociona nesse espaço? A interatividade, troco informações com pessoas do Amazonas ao Rio Grande do Sul, sem falar dos inúmeros amigos que fiz por todos os cantos desse mundo. Lugares que só terei condições de conhecer se minha vida mudar muito!

Como sempre me refiro a rede como um grande oceano, onde se navega muito e se aproveita pouco! Mas nesse mar de possibilidades encontrei um diamante, Otávio Augusto Marin Martinez, um desses casos raros, onde a gentileza, humildade e talento habitam num mesmo ser.

Nosso primeiro contato foi por ser fotógrafo e dizia ter uma foto perfeita para um poema meu: “A cidade ferve em faróis”, senti-me encantada por seu olhar diferenciado e suas imagens cotidianas. Acabei por ceder meu poema para a foto dele e vice-versa, um casamento mesmo, é como me refiro ao nosso trabalho.

Por curiosidade, comecei a ler seus textos e perceber que tinha talento, quanto mais eu lia mais extasiada ficava, por entender que quando Otávio me procurou, não precisava de meu poema, pois é um artista completo, além de fotografar, escreve impecavelmente.

Ao ler seu ensaio: “Origens da segunda Guerra Mundial e Reflexões sobre a ONU”, entendi que seu conhecimento ultrapassava minhas fronteiras, ao contrário de mim, ele é um acadêmico. Natural de São Paulo, formado em Relações Internacionais, com 24 anos, escritor e músico multi instrumentista, reside em Londres, onde pretende terminar seu Mestrado, tendo como foco de pesquisa os efeitos da globalização nas repúblicas pós-soviéticas.

Contista/ cronista, ensaísta, crítico de cinema e como ele mesmo diz, raramente poeta e prosador poético, Otávio encanta por ser um artista facilitador e atingível, digo isso porque seus textos não são truncados, sua obra é fácil de ser compreendida por leigos.

Como fotógrafo, diz acreditar que simples imagens cotidianas representam o registro mais fiel da realidade humana, e afirma não ser do tipo que fotografa monumentos ou rostos marcantes, e sim a vida em movimento, o sangue fervendo nas veias, as angústias, as lembranças nostálgicas e as esperanças de um futuro melhor.

Na entrevista, ao falar de seu estilo, citou várias influências, desde Shakespeare, Kafka até Virginia Woolf, Augusto dos Anjos. A meu ver tem estilo próprio, o que ele mesmo intitula de “DNA Otaviano”, é impossível encaixá-lo em um só movimento, pois como já disse Otávio é um artista multimídia, atual, antenado.

Ele é pesquisador e membro do grupo de estudos sobre a obra de Virginia Woolf da Universidade de Ohio (EUA). Inclusive, seus trabalhos mais recentes são alguns contos, que desenvolveu a partir destes estudos sobre a escritora.

Otávio Augusto é uma avalanche cultural, o que corre em suas veias é arte, o que o move é essa busca incessante, é realmente um Universo Pensante, e isso me impressiona muito! Vale a pena conferir sua obra!



Recomendo:
Marasmo Ideológico
Hugo Chaves: O retrato de uma esquerda decadente
Medo
A Arte de ser do contra
A Cinderela barbuda
Na sala com Virginia Woolf (I)
Na sala com Virginia Woolf (II)

Blogs:
http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=3229
www.universopensante.blogspot.com


Sítios:
www.cronistas.com.br
www.mundocultural.com.br
www.sanesociety.org



Boa semana, e até a próxima!

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Dúvidas ou sugestões:
larissapin@hotmail.com

segunda-feira, agosto 14, 2006


Estou doente
Não há cura
Para meu mal
Sofre dores
Convulsões
Mas tarjas pretas
Não me salvam
Desisti.

Sou bizarro
Insensível
Invisível
Perecível
Compreensível
Equivocado
Odiado
Quase amado.

Sou ser que se dobra
A essa estranha realidade
Vertiginosa
Venosa
Vil
Vazia
Venal
Vã.
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quinta-feira, agosto 10, 2006

número 6 - Dudu Oliva

Mais uma semana, agora me sinto revigorada, pois tive tempo de ler e conhecer mais escritores, isso me faz muito bem. Vou falar de Eduardo Oliveira Freire, ou Dudu Oliva, nasceu em 1978, na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro. Formado em Ciências Sociais e cursa Pós Latos Senso em Jornalismo cultural e se diz pretenso escritor.

A leitura de seus escritos é um prazer, pois ele trata do cotidiano, da correria, do distanciamento, da falta de tempo das pessoas. Já li alguns contos, crônicas e o mini-romance virtual “Cartas Íntimas”, onde um casal pouco convencional troca e-mails pela rede mundial. Tem um humor sarcástico, um tom irônico, a realidade é descrita com tanta naturalidade que acreditamos na vida, nos sentimentos escancarados, suas palavras, por vezes, de tão verdadeiras são vexatórias para seus personagens.

“Eu sou minha própria esfinge e me devoro, por não me desvendar na imensidão sem fim, que é o meu ser”, assim ele se descreve, mas aos meus olhos, Dudu se mostra nas entrelinhas, é sutil e apaixonante, trazendo ao leitor uma linguagem atual, compreensível e fluida.

O que me chamou a atenção nos trabalhos do escritor é a simplicidade, e como já disse de outro escritor, Eduardo quebra a regra de certos críticos que julgam menos importante a obra de escritores jovens.

Não esconde o desejo de publicar seu livro: “Contos de UM ASPIRANTE A ESCRITOR”, uma coletânea de contos diversos, que trata de vários universos de uma maneira que só ele sabe fazer.


O que sei é que Dudu Oliva é um jovem escritor, embora ainda não admita ou não assuma que é. Encanta-me com suas realidades rotineiras, que de tão simples nos fazem repensar-nos como humanos. Finalizando meu texto citarei uma frase dele, que ainda ecoa em meu peito e em minha mente: “Percebi que todos nós, seres humanos, somos um pouco bonecos. Ficamos num estado de não pensar. Eu, muitas vezes, passo horas sem fazer nada sentado na mesma cadeira velha".

Recomendo:
Cartas Íntimas
A grande deusa
Alguns trechos de seu pretenso livro Imperceptível, sob os títulos:
22/04/2004 e 05/03/2004
Os seus blogs:
http://dudve.blogspot.com/
http://dudu.oliva.blog.uol.com.br
http://cartasintimas.zip.net
http://oliveira-freire.blog.uol.com.br/
http://spaces.msn.com/entrevistaseartigos/blog/
Sítios:
http://www.bestiario.com.br/21_arquivos/contos_breves.html
http://www.bestiario.com.br/10_arquivos/contos%20curtos.html

http://www.blocosonline.com.br/literatura/autor_prosas.php?id_autor=2648&flag=nacional
http://kkfs.trix.net/delicatosenses/edicao10/dudu/clamando.htm
http://kkfs.trix.net/delicatosenses/edicao03/Dudu_oliva/Tenho_um_segredo.htm
http://webwritersbrasil.com.br/detalhe.asp?numero=1099
http://www.recantodasletras.com.br/autores/amando
http://www.escrevinhadora.com.br/site/leitor.html
http://www.rbsul.net/ideias/ideia14.htm
http://www.rbsul.net/ideias/ideia13.htm
Boa semana, e até a próxima!

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larissapin@hotmail.com

terça-feira, agosto 01, 2006


Poema para o dia 30 de julho de 2006


Pensei nos filhos de Cana
O vilarejo onde contam uma lenda
Que a água virou vinho, há tempos atrás.

Hoje, crianças viram sangue e massa disforme.

Por Deus!
Dor, adeus,
Ah, Deus, dor!
Ah, deusa dor,
Adeus.


Agradecimentos especiais ao fotógrafo Paulo Brasil, você poderá encontrar mais trabalhos dele no endereço:
http://www.flickr.com/photos/37837202@N00/
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quinta-feira, julho 27, 2006


Às vezes me olho no espelho
Como que para encarar
Meus olhos tortos
E entender que ainda sou
Aquela menina
Que tinha medo de passar
Pela Avenida da Saudade
E ouvia o lamento dos mortos
E via o desespero dos vivos
Aquela menina
Que não queria ouvir
Que não queria ver
E o que me importa
Saber das conchas
Hoje, atenho-me aos caramujos,
Que diferença faz
Ainda sou aquela menina
Que andava sem rumo
E que um dia não fugirá mais
Terá teu leito
Na Avenida da Saudade.
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Estréia: “Dinheiro Grátis” de Michel Melamed

Estréia: “Dinheiro Grátis” de Michel Melamed

Em nota especial falarei do espetáculo “Dinheiro Grátis” de Michel Melamed, que entra em cartaz dia vinte sete de junho. Esse poeta, carioca, vinte e nove anos é meu ídolo, sendo assim não poderia deixar de convidar meus leitores que moram em São Paulo para prestigia-lo.

Com sua chamada para a estréia é: "Se tudo tem seu preço e o homem é tratado como mercadoria, vamos tratar, então, o dinheiro como gente", ele faz com que o espectador reflita sobre a banalização do ser humano, de suas relações sociais e da linha tênue que separa a ética e o mercantilismo.

Como no seu primeiro espetáculo “Regurgitofagia”, Melamed trata diretamente com o público que participa voluntariamente do espetáculo, conseguindo assim além da participação, a compreensão da mensagem que está explicita na peça.

Diz que seu teatro é uma transgressão em forma de conteúdo, e a julgar pelo sucesso de público, Melamed atinge seu objetivo.

Para quem mora em Sampa:
Dinheiro Grátis. 70 minutos de duração, maiores 14 anos. Tucarena, Rua Monte Alegre, 1.024, Perdizes. Sextas-feiras e sábados às 21 horas; domingos às 19 horas. O ingresso custa 40 reais e às sextas-feiras, 30 trinta reais. Em cartaz até trinta de julho.

sexta-feira, julho 14, 2006

número 4 - Claudio Eugenio Luz

Como o escritor da semana passada, encontrei Claudio Eugenio Luz, por acaso ao comentar um poema de um amigo em comum, e ao me deparar com seu “blog” apaixonei-me por seu estilo. Escritor, nascido em 1968, em Agudos, interior de São Paulo, e radicado em Santo André, no ABC paulista. Estreou sua vida literária - impressa em 2005, na revista Literatura número 30, editada pelo escritor Nilto Maciel, em Fortaleza, estado do Ceará.

Está preparando seu primeiro livro, intitulado “Perambulando pelo Caos”, mas como outros tantos escritores aguarda o olhar atento de alguma editora. Sua escrita é constituída de contos estonteantes, que retratam de forma rica, a infância, a urbanidade, interiores, interioridades e amores.

Seus textos breves e densos levam-nos ao paraíso e ao inferno de suas percepções individuais, mostrando-nos um mundo repleto de contrastes e simultaneamente regrado de coincidências aterradoras.

Com uma grande versatilidade mergulha em dramas fortes que retratam o cotidiano sob vários prismas, autópsias dissecantes de si mesmo, da massa, do povo sofrido e das favelas.

Destaca a vida nas cidades, as lembranças e vivências infantis, e os amores. Divide seus textos por “séries” específicas, mas não há um só conto que não traga a pluralidade de temas condensados em uma só história.

Tem uma linguagem informal que traz o leitor para si, e faz questão de não esconder suas opiniões ao usar em abundância a primeira pessoa em seus contos, dando um aspecto revelador e intimista.

Não é poeta, como os outros escritores que já destaquei, mas isso não o desmerece, sou poetisa e dou-me o direito de ver poesia em sua escrita. E como só me dou ao trabalho de comentar quem me agrada, Claudio é uma grata descoberta nesse mar de anônimos que é a internet.

Recomendo:
Decifra-me
Antes da queda
Il Primo
Vacas magras não dão crias


Sítios disponíveis:
http://www.releituras.com/ne_celuz_minicontos.asp
http://www.ocaixote.com.br/caixote08/08_contos_claudioel.html
http://www.eraodito.blogspot.com/archives/2003_05_01_eraodito_archive.html
http://www.sescsp.org.br/sesc/convivencia/oficina/integra_2contos.htm
http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.phtml?cod=39793&cat=Artigos

Blog:
http://www.canteirodeobras.blogspot.com/
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quarta-feira, julho 12, 2006


Todos me olham
Ninguém me percebe
Tenho tantas perguntas
Mas já não quero respostas
Conduzo minha vida assim
Esquecendo dele
Nem tomando conta de mim
Brigo comigo
Não tenho abrigo
Renego-me por gozo
Abro meu umbigo
Rasgo minhas vísceras
E não há sangue
Nem sofrimento
Vejo apenas desprezo
Sinto apenas
Vergonha.
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quinta-feira, julho 06, 2006


Um ovo explodiu em minha mente
Um ovo choco, eloqüente,
Ovo válido, impaciente,
Que teima em eclodir
Vezes e vezes, sem fim,
Pra dentro e pra fora
E era doloroso senti-lo
Toca-lo, compreende-lo.
Feria-me
Cortava minha carne
Zombava de minha ignorância.
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quarta-feira, junho 28, 2006


Para cada sapato um pé
Para cada pé um salto
Para cada salto um mergulho
Para cada mergulho um borbulho
Para cada borbulho um verso
Para cada verso um furo
Para cada furo um regalo
Para cada regalo um regaço
Para cada regaço um gozo
Para cada gozo um suspiro
Para cada suspiro um desejo
Para cada desejo um contento
Para cada contento um tempo
Para cada tempo um alento
Para cada alento um vento
Para cada vento um caminho
Para cada caminho um passo
Para cada passo um espinho
Para cada espinho um sapato...



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quinta-feira, junho 22, 2006

Faça uma prece
Para pedir o que quer
Para ter o que precisa
Para proteger seu filho.
Mas pergunte para um homem velho
Por que não consegue dormir a noite
Tenha coragem de sair de linha
Jogue-se na vida,
Ou deixe seu coração na “Terra do Nunca”
Onde não vai crescer
Onde não vai sofrer
E não se olhe no espelho
Para o tempo não te alcançar.
Mas se olhar não fite seus olhos
Que poderá ver tudo que odeia.
Odeie-me, odeie-me.
Sou a sua realidade.
Faça uma prece
Para um suposto “Deus”
Afastar te desse cálice,
Mas se não te afastar
Olhe-se no espelho
E verá que eu sou você
Sou sofrimento, sou a dor,
Sou a guerra, sou o ódio,
Sou você.
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segunda-feira, junho 19, 2006

Pairo sobre a cidade fria,
Concreta, solitária, vazia...
Pessoas caminham inquietas,
De olhos fechados, estúpidos...
Fecham suas asas,
Não ouvem, não pensam...
Meu grito rasga o céu,
Ecoa no silêncio...

A noite cai sobre as esquinas
Mulheres que ainda são meninas
Que se pintam, sem decência,
E com o batom, matam suas carências...
A metrópole como essas meninas
Deixa de ser fria,
Concreta, solitária,
Mesmo ainda sendo vazia...
A aura noturna,
A bebida, as luzes amarelas,
Ofuscam os desavisados,
Lascivos, permissivos,
E nocivos olhos fechados.
A aldeia e as meninas estão entregues
À exatidão, à ilusão,
Nos becos dos prazeres
Iluminados por luzes de néon.

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segunda-feira, junho 12, 2006

Nas linhas paralelas e concorrentes
Homens se digladiam numa ode
É batalha obtusa que dura
Meros noventa minutos
Bailam,
Avançam,
Recuam,
E ao se descobrirem fortes,
Valentes, aguerridos,
Não se entregam ao placar.
Minimizados
Ou masterizados
Em seu fracasso
Em sua vitória
Por seus estranhos jogos
Apenas se vão
Completos
Exauridos e tocados
Pelo coro da multidão
"É campeão!
É campeão!”
Agradecimentos especiais ao fotógrafo Vitor Reis, que gentilmente cedeu a fotografia para esse "post", você poderá conhecer melhor o trabalho dele e de outros artistas no endereço:
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sexta-feira, junho 09, 2006


Verá o que quiser nesses dias pálidos
Nesses poemas incolores
Embalados, carimbados e enfileirados,
Nas prateleiras de supermercados
Vendidos à vista, a prazo ou no cartão,
Os coloridos estão intocados
Na minha tristeza interior
Mas ao tentar descreve-los
Ficam assim letrinhas miúdas
Numa folha de papel amarela
Meus enlatados, conservados,
Vão para as prateleiras
Onde serão esquecidos
Por não ter prazo de validade
Ficarão lá pela eternidade
À espera de olhos vencidos
Tardios, abandonados,
Par perfeito para o leitor aflito.
Agradecimentos especiais ao fotógrafo Paulo Brasil, você poderá encontrar mais trabalhos dele no endereço:http://www.flickr.com/photos/37837202@N00/

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quarta-feira, junho 07, 2006

Desalento

Uma vez fui musa de alguém
Mas não me dei conta do que acontecia
Sentei-me na margem de meu abismo solitário
E deixei-me voar por entre as falésias
Adaptei-me ao ambiente sombrio
Conheci as voltas dos quatro ventos
Que giram sem parar, entre nós,
Acostumei-me comigo
Vaguei esquecida pelo vale da morte.

Já não desejo mais ninguém
Revoltada, descrente em minha agonia,
Soturna, guardava sentimentos num relicário,
Troquei meus desejos por amnésias
Escolhi ser animal ferido, arredio,
Que não se importa com o desalento
Por entender que estaremos sempre sós
Acostumei-me comigo
E vago ainda pelo vale da morte.


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segunda-feira, junho 05, 2006

Afogo-me em minhas memórias
Nas águas dos meus erros
Na lama dos meus pecados.
Nobres foram minhas buscas
Mas nem tanto minhas descobertas
É hora de voltar à tona
Respirar
Aqui é o meu lugar
Neste compasso do fim
Num minuto corpo
Noutro alma
Num minuto ar
Noutro água
Neste instante
Não quero sofrer
Deixo me levar
Num minuto sou eu,
Noutro não sou mais nada...
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quinta-feira, junho 01, 2006


Nós

Sigamos juntos, eu e você,
E as folhas secas estralarão
Sob nossos pés
Olhemos abraçados o dia pedir licença, as chaminés,
E todos os pássaros cantarão
A um olhar nosso o amanhecer.

E enquanto houver estradas
E as ruas alargarem-se
Até o horizonte infinito
Enquanto tivermos tudo em nosso nada
E nossas peles unirem-se
Até nosso âmago mais profundo...

Seguiremos nós
A conhecer
As partes despedaçadas
Desse mundo entorpecido
E todas as cartas foram lançadas
Com exceção de nós.

Enquanto houver o desatar ou entrelaçar
De nós
Iremos ambos buscar
Todas as estações
Cada uma das emoções
Viver, adorar, amar,
E a cada amanhecer, partir.
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quarta-feira, maio 31, 2006


Abandonarei minha casa
Esquecerei minha vida
Meus filhos
Minha carreira
Entregarei-me ao vão das coisas
E irei embora
Sem olhar para traz
Sem bagagem
Lembrança, dor, rancor,
Calarei meus argumentos
Trarei, sim, meu regalo
Meu regaço
Minha vergonha de ser
O borbulho de, talvez, não ser
Enfim serei o nada
Que nunca deixei de ser
E nesse misto de angústia e desafeto
Entrego-me
Pois não há mais
Nem o que dizer.
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Convido você leitor, para que visite meu blog de prosa:

segunda-feira, maio 29, 2006


Sou todo vínculo
Nas letras vago
Nelas me revelo
Querendo me vingar.

Negando o que vejo
Minto pra vida
E tento a violar
Como se fosse viril.

Mas sou o vazio,
Sem virtudes,
Sem visão,
Sem visgo.

Sou o vácuo,
Sou o veio,
O vergão,
Sou o verbo.

Agradecimentos especiais ao fotógrafo Paulo Brasil, você poderá encontrar mais trabalhos dele no endereço:
http://www.flickr.com/photos/37837202@N00/
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sábado, maio 27, 2006

Visitem meus outros blogs!






Neste final de semana não vou postar poemas, vou convidá-los a degustar outros blogs meus!

http://www.calamidadevisceral.blogspot.com/
Neste blog apresento minha prosa, cartas, contos, declarações desaforadas.

www.oscaleidoscopios.blogspot.com
Neste, destaco autores marginalizados pela mídia editorial, ou que só tem sua obra em sítios e blogs.

www.manufatura.blogspot.com
Como sou artesã e artista plastica, resolvi mostrar uma outra habilidade minha neste blog.

www.nacozinhacomavovo.blogspot.com
Meu blog de culinária.

número 3 Aluisio Martins

A internet moderniza a busca tradicional de leitura de um lado escritores, desconhecidos do círculo literário e da mídia editorial que vêm se destacando e por outro lado leitores afoitos, ávidos por novas tendências, confrontam-se em um novo mercado de cultura, que é latente e infinito. Os “blogs”, sítios, jornais virtuais crescem de uma maneira frenética aumentando cada vez mais o número de interessados neste tipo de mídia.

Aos olhos críticos há muita coisa ruim, entre parcos talentos, aos olhos otimistas há um movimento literário pungente que poderá estimular a produção e a fomentação de mercados além da rede mundial. Concordo em parte com as duas correntes, mas tenho que aceitar que a modernidade me trouxe mais felicidades, num balanço geral.

Foi pela rede que conheci os textos de Aluisio Aderaldo Martins Rodrigues, cronista, ficcionista, poeta, nascido em 1967, em Fortaleza, Ceará, profissional na área de desenvolvimento e gestão de projetos voltados para a cultura e desenvolvimento social e edição de livros.

Descobriu a sua segunda paixão, em meio ao grande colapso que é a puberdade, os livros. Confessa que escrever tornou-se vital como tentativa de exprimir-se, deixando implodir-se em dores de seu mundo, libertando-se em escrita para a vida real.

Sua poesia assim como sua prosa informal, intimista, provocadora e ao mesmo tempo encantadora e sedutora e promovendo uma explosão de temas, cores, sensações, que transita do choro ao riso, do prazer ao ranço, do inferno ao paraíso num só verso. Consegue muitas vezes em apenas um texto despertar amores, ternuras e rancores adormecidos, e nos convida não só a reflexão, mas também à ação.

Aluisio tem um ritmo próprio, é uma metralhadora de metonímias, aliterações, metáforas, alegorias, e consegue instigar nossos sentidos a sensações extremas. Tem a capacidade de discutir religiosidade, espiritualidade sem ser sectarista, narra o amor com luxúria, abusa da sensualidade e da realidade crua, sem floreios cumulativos e disseca a urbanidade cuspindo nas fuças da desumanidade. Conhecedor das desigualdades presentes no micro e no macro social, hora por seu ofício, hora por sua vivência, assume uma postura ofensiva diante das discrepâncias sociais.

Por um ano, no jornal A Gazeta, manteve uma coluna sobre gestão da informação e inclusão social. Participou da criação e da implantação de inúmeros projetos envolvidos com questões sócio-culturais como: programas educativos de rádio, eventos culturais (shows e lançamento de campanhas), rádios comunitárias, além de ter trabalhado por três anos (2001-2004) como consultor do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) durante o desenvolvimento e gestão do Programa de Desenvolvimento Econômico e Sustentável do Estado do Acre. Além da criação de vídeos e documentários educativos, mais precisamente na produção, direção e sonorização, entre eles, os documentários “Trilhas de sustentabilidade”, produzido para WWF, e “Seivas” pela agência de comunicação Trilha Ambiental.
É um escritor livre, fora dos padrões cultos, não tem preconceitos e trata de temas polêmicos com naturalidade e desenvoltura. E tem uma citação de Aluisio que o descreve bem: “Gosto das imagens e dos desejos que elas podem provocar por detrás do olho quando verdadeiramente despido. Gosto de toda arte nua desde que semeie fúria e mal-estar nas vísceras. Escatológica, excremental, pornográfica, não importa. Gosto daquilo que choca e propõe no revés o normal. Porque todos somos independentemente do que possam pensar".
Vale a pena conferir!
Recomendo todos os textos que tive contato, que estão à disposição na internet, tem um blog e publicações em sítios conceituados como:
Revista Cult, Revista O Caixote, Revista Verbo21, Bestiário (Revista de Contos), Meio Tom, Rascunho – Caderno de literatura e O Pátio.

Blog:
http://fenosefenotipos.zip.net/

Links:
http://www.verbo21.com.br/principal.htm
http://www.ocaixote.com.br/caixote20/contos20_Aluisio.htm
http://www.kkfs.trix.net/delicatosenses/edicao08/Aluisio/Moderna_menina_A.htm
http://www.cortica.org/contos/contos.html
http://www2.uol.com.br/camaredonda/center/favoritos/textos/textos.htm&e=42
http://www.projetoidentidade.org/site/
http://www.revista.agulha.nom.br/indiceA.html
http://www.gargantadaserpente.com/autores/aluisio_martins.shtml
www.tanto.com.br/AluisioAderaldo.htm

Boa semana, e até a próxima!
Comentários no rodapé da página.

Dúvidas ou sugestões:
larissapin@hotmail.com

sexta-feira, maio 26, 2006


Embala-me em teu berço absurdo
De concreto e fumaça
Tuas samambaias nas encostas
Lembram-me a mata
Tua música singular
Teu canto caótico
Faz-me ninar
Entre carros, televisões, visões,
E máquinas.
Sou teu filho bastardo
Não desejado
Em um canto largado
Metrópole, eu chamo-te mãe,
Mas é esfinge
E não te decifro,
Devora-me.
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quinta-feira, maio 25, 2006

Perdi-me ao observar
O zepelim
Que pairava suave
No céu de cor púrpura,
E nem me dei conta
Que o mar beijava meus pés
E que me apartei de ti
Não olhei para traz
E minha’lma voou
Até sumir no horizonte
E naquele breve instante
Tive outras vidas
Esqueci de mim
Das privações,
Da miséria.
Leve voa o zepelim
Leve-me de mim
E não volte.
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quarta-feira, maio 24, 2006

Amor,
Rodo nessa cidade estranha e fria
de barro, pedra e pó.
Muita falta tua
Conto casais de pombos,
na torre da Igreja da Sé
Deus, e são noventa e três dias e
ainda dezessete horas.
Rodo na cama ruminando pensamentos
ai saudades, por estar só,
Ai, quantas saudades tuas!
Então teus olhos repousam nos meus
Assemelhamos-nos e jamais estaremos sós,
nem em desejos.
Deus, e são incontáveis noites de lua nova,
e infinitos dias de chuva
Fugi disso e hoje entendo que não posso fugir.
Guardo em mim furacão esquecido
que em nós se instala.
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sábado, maio 20, 2006

Lábios malditos
Fazem-me morte,
Amarga como o mal,
Das palavras não ditas,
Nesse cale-se de vozes
Num trago infindo, Sem ruído,
Sem sossego,
Sem esperança.
Lábios malditos
Aprisionam-me
Tomam-me como
Cálice de silêncio e dor.
Degustam-me gota a gota,
Desço em seus cantos,
Permeando-lhes
E borrando-lhe as faces,
Com meu veneno.
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sexta-feira, maio 19, 2006


A neblina encobre o topo
De minhas falésias preocupadas
E as formigas suicidas
Escapam pelas orelhas,
Vertem pelas narinas.

Não quero mais palestras,
Não quero mais doutrinas,
Vejo só a dança do véu
Da fumaça que não dissipa
Da nuvem que não passa.

Quero creolina,
Quero Liana,
Quero catarata,
Quero marina,
Quero ninar.
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quarta-feira, maio 17, 2006


E o que tinha de ti despedaçou-se
Como rosa murcha
Que solta suas pétalas
Que se vão ao vento
Nem se quer se lembram
Que foram rosa, um dia...
E poderia ter segurado,
Antes que se despedaçasse,
E guardado essa rosa dentro de um livro
Mas esse é o curso das coisas,
Não se pode deter a força do mundo...
Poderia ter pedido para que ficasse,
Mas já não queria tanto assim.
Mas a agonia de ver tudo desmoronar
Foi inevitável.
Poderia ter chorado,
Mas nenhuma lágrima veio
Só nos restou o adeus
E aquela vontade imensa de liberdade...
Para que outras rosas possam brotar.
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segunda-feira, maio 15, 2006

Não perca seu tempo
Tentando me entender
Eu já tentei explicar-me
Mas agora vivo
Mergulhado no meu asco
No meu ódio,
Sinto-me pressionado,
E o curso das coisas
Toma a minha paz,
Leva-me a derrota fatídica,
E penso que tudo mais pode esperar.
Não gasto minhas horas
Com o mau gosto,
E muito menos com visões premonitórias,
Clara nos olhos alheios.
Pois no túnel escuro que me encontro,
Enxergo as sombras da realidade
Que me martirizam.
Não me parece o melhor caminho,
Pois não há salvação para “cristos”, “budas”...
Prefiro a solidão à traição.
Não desperdice seus dias comigo,
Perceba a escuridão que toma tudo,
O desespero da humanidade,
Escute as vozes do andar debaixo,
Por que as verdades estão presas em quatro paredes
Com apenas uma porta de saída.
Não perca seu tempo
Abrindo a porta
Para seus inimigos.

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domingo, maio 14, 2006

número 2 Fabrício Carpinejar

Vou destacar hoje o trabalho de Fabrício Carpinejar, poeta, jornalista, gaúcho, nascido em 1972, na cidade de Caxias do Sul, filho do casal de poetas: Maria Carpi e Carlos Nejar, de onde tirou inspiração para seu sobrenome artístico a junção dos sobrenomes dos pais.

Carpinejar traz ao leitor sua voz interna, de maneira lírica e apaixonante e confesso ainda estar sob o efeito de seu livro “Um Terno de Pássaros ao Sul”. Seus poemas cheios de suas peculiaridades subjetivas e a sua maneira de moldar a sintaxe e os signos impressionam. Passeia entre a linguagem poética e a visão mítica imprimindo seu estilo único.

Sua busca interna se assemelha e por que não dizer que é a mesma de todo ser humano, consegue tocar a memória ou o consciente coletivo, longe de dizer que é um escritor comum, mas seu tom intimista faz com que nos sintamos próximos dele, e por vezes ouso dizer que me senti em sua pele, em suas indagações.

Vi em sua obra uma busca por suas raízes no livro “Um Terno de Pássaros ao Sul”, o amor que tem por elas, como também é visível sua busca do por vir, um confronto com seu futuro, retratado belamente no livro: “Terceira Sede”, onde discorre sobre o seu futuro no ano de 2045.

Fabrício flutua entre o que viveu e o que imaginou, e não há uma linha que divida esses dois estágios, permeia nossa leitura com sensações que consegue descrever com tanta clareza e sinestesia que nos dão a dimensão de serem reais. Com seu tom humano de se mostrar, retrata o amor, a perda, o desencanto, os sonhos em suas viagens humanas.

Lida com as palavras livremente, o que é uma tendência da poesia contemporânea, não há ritualização para a escrita, é mais uma escrita confessional, impregnada do trivial, cotidiano e passeiam pelo universo paralelo de sua subjetividade numa fluidez que impressiona. Mas não quero defini-lo como poeta contemporâneo, não vejo uma divisão clara em seu estilo para encaixa-lo em parâmetros de movimentos literários.

Carpinejar é um insulto, é a bofetada latejante na cara da desconfiança e do descrédito aos “jovens poetas”, para talentos não existe idade, existe preparo, estudo, dedicação, em qualquer área de atuação, inclusive a escrita.

Recomendo:
Um Terno de Pássaros ao Sul
Terceira Sede

Visite o sítio oficial do autor:
http://www.carpinejar.com.br/

Desejo uma boa semana e até a próxima!

Nota: O escritor lançou na última quinta-feira, dia 16 de março, seu primeiro livro de crônicas: “O Amor esquece de Começar”.

quinta-feira, maio 11, 2006


O céu que nos vigia
Poderia ser o céu que nos condena
A essa vida pacata,
De rotinas macabras,
De vai e volta
Sem latência,
Na deficiência das horas.
Esse cotidiano que no cerca
Nos aprisiona no mar
De idéias ruminantes
Para prover o que não ter
Que insanidade...
Esse marasmo de nada,
Essa conduta respeitável,
Terno, carro, gravata, trabalho.
O esquecer dos dias de sol,
Agradecer os dias nublados.
E na televisão querem nos convencer
Que a meia vontade é o bastante,
Querem nos iludir,
Só precisamos de boa comida,
De um terno,
De um carro,
E uma gravata.
“Esforce-se”,
“Enforque-se”
Para quê?
Para quem?
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quarta-feira, maio 10, 2006


Numa vertigem febril
Já não sei quem sou
Ou o que é alucinação
Vejo-me partido em mil
Estou só
Sem foco
Sem direção.
Suores do pavor
Absorvem a minha dor
Mas não há alívio.
Inflado por males múltiplos
não me entrego à inanição
Vejo-te em mim
Num dos meus pedaços
E ri, degola-me,
Zomba de meu afeto
De minha loucura sã.
Minhas mãos são flores
Meus dedos tentáculos nocivos
Que rasgam minhas vestes
E violam meu corpo
Buscam o alívio
A confissão
A expiação.
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Perdida em tuas unhas negras
Que quase revelam tua alma
Mergulho num fosso sem fundo
De onde não quero voltar
Já não ouço mais vozes
Não vejo mais gestos
Nem se dá conta do desprezo
Que me cabe
Restam de ti tuas linhas retas
Tuas caricaturas de overdose
Teu desencanto que beira ao encantamento
Tua vontade vazia de estar d’outro lado
E tuas unhas negras
Que bailam sobre meu olho absurdo
Que teimam em me guiar.

Agradecimentos especiais ao amigo Fernando Couto, modelo e idealizador da fotografia que ilustra o poema, que foi inspirado nesta imagem.

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segunda-feira, maio 08, 2006

Olhe dentro de mim
Analise minhas vísceras
Sente em seu trono
E diga-me francamente,
O que roubará de mim?
Do que precisa?
Procure nos cantos escuros
E nas luzes do meu ser
E se ainda houver
Algo valioso, leve!
E diga-me francamente,
O que mais arrancará de mim?
O que procura?
E na sua loucura
Não tente me tomar
Não estou a disposição
E sei no que acreditar
E diga que não quer nada de mim
Onipotente,
Volte de onde veio
Vá com sua supremacia
E me esqueça
Deixe o que é meu
E diga que não sou nada
E deixe-me viver em paz
Quero saber que pecado cometi
O que fiz de tão errado pra você
E o que te dá o direito de me julgar
E o que te faz perfeito.

A ilustração é de minha autoria.

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