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quarta-feira, março 26, 2008



balada da mulher cansada


manhãs douradas
que não suportam
o peso dos ombros
de uma proletária
da fábrica e dos amantes

a escrava da balança
a herdeira da pobreza
sem força para ser bela

solitária
entre o caos concreto
e coágulos de vida

não alimenta o céu
nem amamenta
e acalanta o dia
dorme no metrô

mas não lembra dos sonhos.



(fotografia e poema de minha autoria protegidos pela lei de direitos autorais)

sábado, março 22, 2008




hoje é o dia
de minha libertação

deixo as letras
cansei de me explicar
aplacada
por minhas incertezas
e meus signos tortos

cravo-me no silêncio
visceral

não há palavra
só há insatisfação
não há realidade
apenas interpretação.

(imagem e escrito protegidos pela lei de direitos autorais)

sexta-feira, março 07, 2008



equilibro-me entre o caos de teu rosto e o abismo

em teu rosto
não basto-me
nem em tuas sombras infinitivas
e pálpebra intuitiva
caída no regalo de meu ser
talvez por definir-me
tão crua e improdutiva
quem sabe seja
em minha ânsia
por querer demais.

no abismo sóis infinitos
lembram-me que sou noites em claro
passantes apressados
pisam sobre minha aparente calma
edifícios altos
e vazios imensos
apontam-me quem sou
sons distorcidos
destoam de mim
estou palavra cheia.