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quarta-feira, junho 28, 2006


Para cada sapato um pé
Para cada pé um salto
Para cada salto um mergulho
Para cada mergulho um borbulho
Para cada borbulho um verso
Para cada verso um furo
Para cada furo um regalo
Para cada regalo um regaço
Para cada regaço um gozo
Para cada gozo um suspiro
Para cada suspiro um desejo
Para cada desejo um contento
Para cada contento um tempo
Para cada tempo um alento
Para cada alento um vento
Para cada vento um caminho
Para cada caminho um passo
Para cada passo um espinho
Para cada espinho um sapato...



Agradecimentos especiais ao fotógrafo Paulo Brasil, você poderá encontrar mais trabalhos dele no endereço:http://www.flickr.com/photos/37837202@N00/

RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS E A PROPRIEDADE INTELECTUALCopyright © 2006. É proibida a venda ou reprodução de qualquer parte do conteúdo deste site. Este texto está protegido por direitos autorais. A cópia não autorizada implica penalidades previstas na Lei 9.610/98.
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quinta-feira, junho 22, 2006

Faça uma prece
Para pedir o que quer
Para ter o que precisa
Para proteger seu filho.
Mas pergunte para um homem velho
Por que não consegue dormir a noite
Tenha coragem de sair de linha
Jogue-se na vida,
Ou deixe seu coração na “Terra do Nunca”
Onde não vai crescer
Onde não vai sofrer
E não se olhe no espelho
Para o tempo não te alcançar.
Mas se olhar não fite seus olhos
Que poderá ver tudo que odeia.
Odeie-me, odeie-me.
Sou a sua realidade.
Faça uma prece
Para um suposto “Deus”
Afastar te desse cálice,
Mas se não te afastar
Olhe-se no espelho
E verá que eu sou você
Sou sofrimento, sou a dor,
Sou a guerra, sou o ódio,
Sou você.
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segunda-feira, junho 19, 2006

Pairo sobre a cidade fria,
Concreta, solitária, vazia...
Pessoas caminham inquietas,
De olhos fechados, estúpidos...
Fecham suas asas,
Não ouvem, não pensam...
Meu grito rasga o céu,
Ecoa no silêncio...

A noite cai sobre as esquinas
Mulheres que ainda são meninas
Que se pintam, sem decência,
E com o batom, matam suas carências...
A metrópole como essas meninas
Deixa de ser fria,
Concreta, solitária,
Mesmo ainda sendo vazia...
A aura noturna,
A bebida, as luzes amarelas,
Ofuscam os desavisados,
Lascivos, permissivos,
E nocivos olhos fechados.
A aldeia e as meninas estão entregues
À exatidão, à ilusão,
Nos becos dos prazeres
Iluminados por luzes de néon.

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segunda-feira, junho 12, 2006

Nas linhas paralelas e concorrentes
Homens se digladiam numa ode
É batalha obtusa que dura
Meros noventa minutos
Bailam,
Avançam,
Recuam,
E ao se descobrirem fortes,
Valentes, aguerridos,
Não se entregam ao placar.
Minimizados
Ou masterizados
Em seu fracasso
Em sua vitória
Por seus estranhos jogos
Apenas se vão
Completos
Exauridos e tocados
Pelo coro da multidão
"É campeão!
É campeão!”
Agradecimentos especiais ao fotógrafo Vitor Reis, que gentilmente cedeu a fotografia para esse "post", você poderá conhecer melhor o trabalho dele e de outros artistas no endereço:
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sexta-feira, junho 09, 2006


Verá o que quiser nesses dias pálidos
Nesses poemas incolores
Embalados, carimbados e enfileirados,
Nas prateleiras de supermercados
Vendidos à vista, a prazo ou no cartão,
Os coloridos estão intocados
Na minha tristeza interior
Mas ao tentar descreve-los
Ficam assim letrinhas miúdas
Numa folha de papel amarela
Meus enlatados, conservados,
Vão para as prateleiras
Onde serão esquecidos
Por não ter prazo de validade
Ficarão lá pela eternidade
À espera de olhos vencidos
Tardios, abandonados,
Par perfeito para o leitor aflito.
Agradecimentos especiais ao fotógrafo Paulo Brasil, você poderá encontrar mais trabalhos dele no endereço:http://www.flickr.com/photos/37837202@N00/

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quarta-feira, junho 07, 2006

Desalento

Uma vez fui musa de alguém
Mas não me dei conta do que acontecia
Sentei-me na margem de meu abismo solitário
E deixei-me voar por entre as falésias
Adaptei-me ao ambiente sombrio
Conheci as voltas dos quatro ventos
Que giram sem parar, entre nós,
Acostumei-me comigo
Vaguei esquecida pelo vale da morte.

Já não desejo mais ninguém
Revoltada, descrente em minha agonia,
Soturna, guardava sentimentos num relicário,
Troquei meus desejos por amnésias
Escolhi ser animal ferido, arredio,
Que não se importa com o desalento
Por entender que estaremos sempre sós
Acostumei-me comigo
E vago ainda pelo vale da morte.


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segunda-feira, junho 05, 2006

Afogo-me em minhas memórias
Nas águas dos meus erros
Na lama dos meus pecados.
Nobres foram minhas buscas
Mas nem tanto minhas descobertas
É hora de voltar à tona
Respirar
Aqui é o meu lugar
Neste compasso do fim
Num minuto corpo
Noutro alma
Num minuto ar
Noutro água
Neste instante
Não quero sofrer
Deixo me levar
Num minuto sou eu,
Noutro não sou mais nada...
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quinta-feira, junho 01, 2006


Nós

Sigamos juntos, eu e você,
E as folhas secas estralarão
Sob nossos pés
Olhemos abraçados o dia pedir licença, as chaminés,
E todos os pássaros cantarão
A um olhar nosso o amanhecer.

E enquanto houver estradas
E as ruas alargarem-se
Até o horizonte infinito
Enquanto tivermos tudo em nosso nada
E nossas peles unirem-se
Até nosso âmago mais profundo...

Seguiremos nós
A conhecer
As partes despedaçadas
Desse mundo entorpecido
E todas as cartas foram lançadas
Com exceção de nós.

Enquanto houver o desatar ou entrelaçar
De nós
Iremos ambos buscar
Todas as estações
Cada uma das emoções
Viver, adorar, amar,
E a cada amanhecer, partir.
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