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sexta-feira, outubro 10, 2008





















digam-me onde há glória!
quero Glória, em pires
ou dentro de latinhas
de cerveja
para consumo imediato
ela me enlouquece
embriaga e engana
fode-me por ter
credibilidade

depois do Katrina
ou que nome tenha
o furacão-menina
seja na janela
ou na latrina
o cuspe, o vômito
e o gozo renovam-me

e se existe glória nesse mundo
quero-a assim, com nome de mulher
quero foder Glória!
e toda sua história
mentirosa e infame
com sotaque de redenção
e acompanhem-me os coros de
“Glória, glória, aleluia
glória, glória, aleluia!”

domingo, outubro 05, 2008

é aborto de verso e de filho

é aborto de verso e de filho
é sangue de plástico
e de paixão

é saco plástico
e coronária

papel e carne
presos na palavra
de verso concreto
de tijolo e pedra

é veia e intento
presos no útero vago
de uma prenhes
finda.