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terça-feira, julho 05, 2011

paramare






















batizei telas, cores, vielas
com seu nome
vinhos, sambas, beijos
com seu sobrenome

jamais quis tanto alguém
esta é a canção
única que compus
paramare pelo mundo afora

e as nuvens, pobrezinhas
seguem sufocando
por serem inconstantes
breves bocejos

eu culpo esta cidade
as pedras surdas
e seu excesso de
palma e prego

enfim estou de volta
inteira como fui
como não deixaria
de ser, não nego
dias e noites paramare.

sábado, julho 02, 2011

fêmea fértil
























suas palavras me são gametas
copulam impunes
em minhas orelhas
sob a trama negra de nossos pelos

revida silêncio com substantivos
versos ferinos e doces apelos
quando me calo se vinga
beijando-me até que eu derreta

aqui quase ávida meio faminta
sinto-o deitado sob minha centelha
enfim, deixa-me só em gozo altivo
cheia de sêmen
grávida de sua língua