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quinta-feira, fevereiro 07, 2008



entranha contaminada da chaga
que a língua toca e o verbo deteriora
num furúnculo cancerígeno
que resguarda o dano ferido

colchas medidas em fardos doentios
em pestes que arregaçam as artérias
és pigarro verminoso, pus vigoroso
que lateja, lacrimeja e invade as narinas

tomas o feto e a cura
do mal que nem
supõe existir

silencioso beija a carne viva
tomando-a em mordidas nocivas
gangrena altiva que atrofia em redenção

cada mancha inválida
cada lampejo pendular
não se sabe se ávido
ou se pálido

tudo pende ao ambíguo
o epílogo do começo
o alvorecer do fim.

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