entendo que tudo sucumbe ao fogo
quem poderá dizer antiga lama
que habita esse corpo
tão nobre linho e rasgada fama
encobre o pecado sem sorte alguma
entregue a homens tortos
de olhos ocos sem fortuna
aceito que tudo sucumbe ao fogo
além do vazio da alma
e do flagelo da carne
o silêncio habita no tutano do osso
trazendo caos e fúria
para quem vivia na calma
entendo que tudo sucumbe ao fogo
vi a salvação em seus olhos mouros
que no vazio inerte lambiam meu riso
roubavam meu couro
silêncio, vício e ócio
em nossa cama
aceito que tudo sucumbe ao fogo
um corpo ferindo outro
pela luxúria de ambos
e ambos se deleitam
tecendo fúria e corte
pelo prazer do escambo