alguma coisa me persegue
roubando o melhor de mim
cobrindo minhas pegadas
sussurrando meu fracasso
e o desgosto já esperados
ri e zomba como se para sempre
me segue feito passado a assoviar
quem há de acreditar num imbecil
quem há de acreditar em um bêbado
que se entrega a qualquer derrota?
olho para trás e ela ali
é a única que não desiste
vê todos os meus passos
sem se comover
e não me deixa dormir
diz que sou um hipócrita
mais um infeliz sem saída
um maldito mentiroso
que por vezes se precipita
e já não quer continuar isso
não peço nem que
acredite que não sou louco
mas a figura está a me assombrar
na boca da noite, antes do porvir