reflito-me no lago
como se Narciso fosse
e fossilizada nesse
brilho reflito fria
nada pulsante, vago
ele lambe e beija
sua própria luz
refletida em eco
mal me vê perdida
sob o derradeiro
feixe declara-se
ao seu reflexo
iluminado e cego
quantas noites sem lua
estarei no lago
à espera de um único
e lascivo olhar?