feche os olhos agora
e tudo está cheio dos cantos da noite
alcançando planaltos e vales
poupando apenas nossa estrela
sinta o canto escuro
que ecoa em nosso corações
distantes e cansados de sonhar
ansiando por verdades tolas
feche os olhos e ouça
os pássaros que cantam para amantes
e amores fadados
à dor e à tristeza
sinta o acalanto negro
que só o albor matutino apaga
e despreze todo o resto
sinta minha mão sobre a sua
mesmo estando assim
tão apartadas nossas carnes
somos ecos amorosos
cantigas que sombreiam
o silêncio da aurora