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quinta-feira, outubro 26, 2006

número 11 - Rubro Jungüer Medina

E nessas minhas andanças pela rede encontrei mais um raro, Rubro Jungüer Medina, mineiro, reside em Belo Horizonte. Traz na escrita sua marca pessoal, nos seus causos, em sua visão multifacetada, retrata fatos cotidianos, carregados de sarcasmo, ironia, e absurdos.

Rubro está em constante metamorfose. Podemos encontrar textos leves, carregados de humor e brasilidade, como também textos trágicos, carregados de tragédia e escárnio, e tem obras para o público infantil, o que confirma sua pluralidade. Consegue nos surpreender a cada linha, a cada conto/crônica.

Quando perguntei sobre suas influências, citou várias, a simplicidade poética do Érico Veríssimo, o realismo de Machado de Assis, o “visceral e cruel” de Aluísio Azevedo, o “non-sense” (absurdo) de Mário de Andrade em Macunaíma, o novelesco de Sidney Sheldon e as tendências da literatura inglesa. Disse não gostar muito de citar influências, pois poderia soar pedantismo, e que as têm muito diluídas.

O que é certo é que seu estilo é provocativo, contestador, irreverente. Citei seus pareceres por serem parte essencial de sua obra única. Prende-nos a atenção de forma criativa e singular.

Suas indagações e conflitos são faíscas que viram verdadeiros incêndios em nossas mentes, e incitam à reflexão sobre o homem como indivíduo inserido na sociedade atual. É comovente a forma que consegue nos tocar e, por vezes, nos atingir.

Num passeio literário por seus textos descobri muito, tanto de sua gente, quanto de suas tendências. Foi um prazer conhecer seus blogs, sua modéstia, tão preciosos, neste mundo virtual. Vale a pena conferir!

Sítios:
http://napontadolapis.zip.net
http://gavetadoautor.sites.uol.com.br
http://nabocadopovo.flog.oi.com.br
http://napontadolapis.flog.oi.com.br
http://napontadolapis.flog.oi.com.br

Recomendo:
Cipozinho das Sete
Cavaleiro das nuvens
Acidente odontológico

Todos os textos que citei estão no sítio:
http://napontadolapis.zip.net

Boa semana, e até a próxima!

Agradecimentos especiais à Caroline Schneider, que gentilmente revisa meus textos.

O objetivo maior do meu trabalho é a troca, por isso há espaço para comentários no rodapé da página.

Dúvidas ou sugestões:

larissapin@hotmail.com

terça-feira, outubro 24, 2006


Sonha, que teu desejo é vão,
Ama, que teu sonho é vão,
Vive, que teu amor é vão,
Grite, que tua vida é vã,
Cale, que teu grito é vão,
Morra, que teu silêncio
É o que te cabe
Neste mundo sem perdão,
Perdoa, que tua morte é vã,
E vá, que tua ida
É apenas despedida
Do que tanto te aborrece.
RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS E A PROPRIEDADE INTELECTUALCopyright © 2006. É proibida a venda ou reprodução de qualquer parte do conteúdo deste site. Este texto está protegido por direitos autorais. A cópia não autorizada implica penalidades previstas na Lei 9.610/98.
Convido você leitor, para que visite meu blog de prosa:
http://www.calamidadevisceral.blogspot.com/

sexta-feira, outubro 20, 2006


Ama-me sem pudor
Enquanto ainda houver amor
Enquanto nos queimar a chama
Ama-me sem pudor

E quando não houver mais amor
Deixe a brasa nos consumir
E se ela se apagar
Ama-me pra se despedir.
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quinta-feira, outubro 19, 2006

A dança da vida
É tão certa
Um pra lá
Um pra cá...
No compasso de dueto
Dois pra lá
Dois pra cá...
Deslumbram-se...
Amam-se...
Dois pra lá
Dois pra cá
Sonham
Vivem
Dois pra lá
Dois pra cá
Mas caem
E levantam
Dois pra lá
Dois pra cá
E assim vão dançando...
Amando pra desamar,
Sonhando pra acordar,
Vivendo pra morrer...
E continua a dança...
Um pra lá
Um pra cá
Sempre, sem parar.
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quinta-feira, outubro 12, 2006


A fumaça já faz parte da rotina
E o homem que tudo destrói
Homem criador de deuses
Sente-se sufocado
Não pelo apenas pelo ar que respira
Mas por suas criações esquecidas
Que dançam em seus pensamentos
Que congelam seu coração
Talvez de sua sacada
Depare-se com suas criaturas
Fábricas engolindo gente
E cuspindo pedras de carvão,
Cimento, poeira e alcatrão...
Talvez se orgulhe de si
E de seus filhos,
Que como ele,
Engolem sua parte gente
E cospem pedras, palavras duras,
Carvão, palavras negras,
Cimento, palavras incolores,
Poeira, palavras vãs,
E alcatrão, palavras amargas,
E venais.


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quarta-feira, outubro 11, 2006

número 10 - Tatiana Carlotti

Será que internet vicia? Talvez uma certa dependência, pois acho que virei uma espécie de escrava do computador, não consigo mais desligar, é tanta gente para conhecer, tantos mares para navegar, que passo horas sem tirar meus olhos da tela.

Esta semana, falarei de Tatiana Carlotti, escritora paulistana, nascida em 1977. Conheci seu trabalho num sítio intitulado “Tudo Lorota”, quem indicou foi Márcia do Valle, a escritora que destaquei há duas semanas.

Seus contos/crônicas têm um tom surrealista, alguns com uma aura esfumaçada, meio onírica de não se distinguir a realidade do sonho, beirando à loucura. Outros são duros, retratando a solidão do ser humano, da mulher, todos os sentimentos amarrados com cenas frias da urbanidade.

Tatiana consegue unir a sutileza quente de um beijo à dureza de uma rua fria e vazia, nunca havia lido nada parecido, uma convulsão de sentimentos aleatórios que nos arrastam pela vida cotidiana e escancaram nossas fragilidades mais profundas. Seus escritos imprimem uma certa alucinação no real, e o leitor a acompanha nessa viagem tomado de sentimentos de empatia e aflição.

Confesso-me apaixonada por seu ímpeto, por sua maneira sinestésica de escrever, por isso me entrego e sei que dela ainda há muito por se conhecer. Ao ler uma frase dela que dizia, que todo ser humano fica só por duas horas, pois as maternidades não permitem que as mães fiquem no quarto com seus bebês, quando nascem, senti uma dor uterina.

Sou mãe, tenho uma filha, que só me deixaram ver vinte horas depois do parto, sentenciei a pobre a ficar sozinha, mais do que as duas horas que foram citadas pela escritora. E só atinei para isso ao ler sua crônica.

É por essas e outras que me encanta essa tênue linha que separa um ser do outro, esse ler o outro e ser tocado visceralmente por ele.

Tatiana tocou-me, não só por ser mulher, por eu sentir as mesmas dores que relata, mas pelo conjunto da obra. Vale a pena conferir!


Recomendo:
Crônica de um domingo chuvoso
Da Rua
Barracão
Anéis de fumaça
Vãos
Cachaça

Sítios:
www.tudolorota.com.br
www.bagatelas.net


E-mail da escritora:
tcarlotti@yahoo.com.br

Boa semana, e até a próxima!

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sábado, outubro 07, 2006


No dia da fome
Os bolos se divertem
Pães doces, salgados,
Biscoitos, guloseimas...
E na incompreensão
Das coisas
Da linha entre a gula
E o desperdício,
Entre a inanição e a saciedade...
Uns clamam pelas tetas da fartura
Outros só querem tetas
De mães mortas ou dilaceradas.
Na hora da fome
Há quem coma,
Há quem clame,
Há quem chore,
Há quem morra...
Enquanto mãos assinam sentenças
Outras mendigam
Rasgam o chão seco
Chão morto
Na esperança de colher,
Mas não haverá fruto
E já não há nada.
Apenas os bolos, bobos e tolos
Divertem-se.
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quinta-feira, outubro 05, 2006

Boca suja!
Boca suja!
Ai menino da boca suja,
Vou lavar sua boca com sabão
E contar pra sua mãe do seu palavrão...
Menino de olho esbugalhado,
Que brinca com as pelotas,
As bolinhas de vidro,
Bolas-de-gude...
Que carrega o estilingue no bolso traseiro,
Que tem a boca suja,
Vou contar pra todo mundo
Que sinto saudade de ser...
Ai menino da boca suja
Da roupa suja
Dos pés grossos de andar descalço,
Com a calça arregaçada até o joelho,
Para correr melhor,
E ai de quem tretasse com ele...
Era xingo, palavrão e maldizer,
Sem pestanejar, sem lembrar que tinha mãe.
Acertar a cabeça do fôgo-pagô,
Dos calangos,
Hei calando, tá com a cabeça quebrada?
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