Pesquisar este blog

domingo, março 26, 2006

Rubi
(epitáfio para um amor antigo)

Virgem carne pura
Das frutas, a primeira madura,
No teu rubro vivo
No teu fulgor ativo
Cai a terra,
Deixa enterrar-se,
Encharca-se de mundo,
Até ao teu máximo, profundo.

Não deixando perder a noção,
Mas divagando em tua própria dimensão.

Ah, outrora doce e viçoso,
De aroma inesquecível,
Jamais degustado,
O fruto intocado.
Nenhum beija-flor teve o prazer
De sugar-te o néctar ao florescer.
Jaz agora no leito inerme
Ferido e abocanhado por vermes.
RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS E A PROPRIEDADE INTELECTUALCopyright © 2006. É proibida a venda ou reprodução de qualquer parte do conteúdo deste site.

8 comentários:

Cláudio B. Carlos disse...

Gostei muito do poema.

Beijos do *CC*

Claudio Eugenio Luz disse...

Corroído até a última semente: como um amor antigo, todo sabor é pouco.

hábeijos

claudio

Anônimo disse...

é justamente essa contradição a do homem, do poeta, o mistério das coisas da matéria e a moral humana sobre qualquer forma de prazer. Conformar-se gera um desconforto egoíta de descobrir outros lugares, e descobrir gera a questão de não encontrar no descoberto o que já tínhamos nas mãos, então nos fragmentamos e eu fico neste acaso do ofício cruel. O corpo talvez seja a principal forma de mostrar os nossos dilemas antropológicos, poéticos, ou mesmo históricos, com sua contradições e formas. Abraços...

Anônimo disse...

é justamente essa contradição a do homem, do poeta, o mistério das coisas da matéria e a moral humana sobre qualquer forma de prazer. Conformar-se gera um desconforto egoíta de descobrir outros lugares, e descobrir gera a questão de não encontrar no descoberto o que já tínhamos nas mãos, então nos fragmentamos e eu fico neste acaso do ofício cruel. O corpo talvez seja a principal forma de mostrar os nossos dilemas antropológicos, poéticos, ou mesmo históricos, com sua contradições e formas. Abraços...

Anônimo disse...

Larissa, vim conhecer seu canto poético. gostei do q li por aqui. vou voltar

Anônimo disse...

Larissa, lendo seu perfil, vi que mora em Sobradinho. Já morei em Brasília, Asa Norte, e adorava ver o lago e as luzes da avenida que dá acesso a Sobradinho. Do meu prédio, parecia uma corrente de fogo. Era mui lindo.
Beijos.

*Caroline Schneider* disse...

Teu poema me fez viajar... [se essa é a finalidade da poesia, a tua cumpriu sua função social, rsrs]
Beijo

Warum Nicht? disse...

eis uma beleza que (realmente) nunca pôs mesa...