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quarta-feira, maio 31, 2006


Abandonarei minha casa
Esquecerei minha vida
Meus filhos
Minha carreira
Entregarei-me ao vão das coisas
E irei embora
Sem olhar para traz
Sem bagagem
Lembrança, dor, rancor,
Calarei meus argumentos
Trarei, sim, meu regalo
Meu regaço
Minha vergonha de ser
O borbulho de, talvez, não ser
Enfim serei o nada
Que nunca deixei de ser
E nesse misto de angústia e desafeto
Entrego-me
Pois não há mais
Nem o que dizer.
RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS E A PROPRIEDADE INTELECTUALCopyright © 2006. É proibida a venda ou reprodução de qualquer parte do conteúdo deste site. Este texto está protegido por direitos autorais. A cópia não autorizada implica penalidades previstas na Lei 9.610/98.
Convido você leitor, para que visite meu blog de prosa:

segunda-feira, maio 29, 2006


Sou todo vínculo
Nas letras vago
Nelas me revelo
Querendo me vingar.

Negando o que vejo
Minto pra vida
E tento a violar
Como se fosse viril.

Mas sou o vazio,
Sem virtudes,
Sem visão,
Sem visgo.

Sou o vácuo,
Sou o veio,
O vergão,
Sou o verbo.

Agradecimentos especiais ao fotógrafo Paulo Brasil, você poderá encontrar mais trabalhos dele no endereço:
http://www.flickr.com/photos/37837202@N00/
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sábado, maio 27, 2006

Visitem meus outros blogs!






Neste final de semana não vou postar poemas, vou convidá-los a degustar outros blogs meus!

http://www.calamidadevisceral.blogspot.com/
Neste blog apresento minha prosa, cartas, contos, declarações desaforadas.

www.oscaleidoscopios.blogspot.com
Neste, destaco autores marginalizados pela mídia editorial, ou que só tem sua obra em sítios e blogs.

www.manufatura.blogspot.com
Como sou artesã e artista plastica, resolvi mostrar uma outra habilidade minha neste blog.

www.nacozinhacomavovo.blogspot.com
Meu blog de culinária.

número 3 Aluisio Martins

A internet moderniza a busca tradicional de leitura de um lado escritores, desconhecidos do círculo literário e da mídia editorial que vêm se destacando e por outro lado leitores afoitos, ávidos por novas tendências, confrontam-se em um novo mercado de cultura, que é latente e infinito. Os “blogs”, sítios, jornais virtuais crescem de uma maneira frenética aumentando cada vez mais o número de interessados neste tipo de mídia.

Aos olhos críticos há muita coisa ruim, entre parcos talentos, aos olhos otimistas há um movimento literário pungente que poderá estimular a produção e a fomentação de mercados além da rede mundial. Concordo em parte com as duas correntes, mas tenho que aceitar que a modernidade me trouxe mais felicidades, num balanço geral.

Foi pela rede que conheci os textos de Aluisio Aderaldo Martins Rodrigues, cronista, ficcionista, poeta, nascido em 1967, em Fortaleza, Ceará, profissional na área de desenvolvimento e gestão de projetos voltados para a cultura e desenvolvimento social e edição de livros.

Descobriu a sua segunda paixão, em meio ao grande colapso que é a puberdade, os livros. Confessa que escrever tornou-se vital como tentativa de exprimir-se, deixando implodir-se em dores de seu mundo, libertando-se em escrita para a vida real.

Sua poesia assim como sua prosa informal, intimista, provocadora e ao mesmo tempo encantadora e sedutora e promovendo uma explosão de temas, cores, sensações, que transita do choro ao riso, do prazer ao ranço, do inferno ao paraíso num só verso. Consegue muitas vezes em apenas um texto despertar amores, ternuras e rancores adormecidos, e nos convida não só a reflexão, mas também à ação.

Aluisio tem um ritmo próprio, é uma metralhadora de metonímias, aliterações, metáforas, alegorias, e consegue instigar nossos sentidos a sensações extremas. Tem a capacidade de discutir religiosidade, espiritualidade sem ser sectarista, narra o amor com luxúria, abusa da sensualidade e da realidade crua, sem floreios cumulativos e disseca a urbanidade cuspindo nas fuças da desumanidade. Conhecedor das desigualdades presentes no micro e no macro social, hora por seu ofício, hora por sua vivência, assume uma postura ofensiva diante das discrepâncias sociais.

Por um ano, no jornal A Gazeta, manteve uma coluna sobre gestão da informação e inclusão social. Participou da criação e da implantação de inúmeros projetos envolvidos com questões sócio-culturais como: programas educativos de rádio, eventos culturais (shows e lançamento de campanhas), rádios comunitárias, além de ter trabalhado por três anos (2001-2004) como consultor do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) durante o desenvolvimento e gestão do Programa de Desenvolvimento Econômico e Sustentável do Estado do Acre. Além da criação de vídeos e documentários educativos, mais precisamente na produção, direção e sonorização, entre eles, os documentários “Trilhas de sustentabilidade”, produzido para WWF, e “Seivas” pela agência de comunicação Trilha Ambiental.
É um escritor livre, fora dos padrões cultos, não tem preconceitos e trata de temas polêmicos com naturalidade e desenvoltura. E tem uma citação de Aluisio que o descreve bem: “Gosto das imagens e dos desejos que elas podem provocar por detrás do olho quando verdadeiramente despido. Gosto de toda arte nua desde que semeie fúria e mal-estar nas vísceras. Escatológica, excremental, pornográfica, não importa. Gosto daquilo que choca e propõe no revés o normal. Porque todos somos independentemente do que possam pensar".
Vale a pena conferir!
Recomendo todos os textos que tive contato, que estão à disposição na internet, tem um blog e publicações em sítios conceituados como:
Revista Cult, Revista O Caixote, Revista Verbo21, Bestiário (Revista de Contos), Meio Tom, Rascunho – Caderno de literatura e O Pátio.

Blog:
http://fenosefenotipos.zip.net/

Links:
http://www.verbo21.com.br/principal.htm
http://www.ocaixote.com.br/caixote20/contos20_Aluisio.htm
http://www.kkfs.trix.net/delicatosenses/edicao08/Aluisio/Moderna_menina_A.htm
http://www.cortica.org/contos/contos.html
http://www2.uol.com.br/camaredonda/center/favoritos/textos/textos.htm&e=42
http://www.projetoidentidade.org/site/
http://www.revista.agulha.nom.br/indiceA.html
http://www.gargantadaserpente.com/autores/aluisio_martins.shtml
www.tanto.com.br/AluisioAderaldo.htm

Boa semana, e até a próxima!
Comentários no rodapé da página.

Dúvidas ou sugestões:
larissapin@hotmail.com

sexta-feira, maio 26, 2006


Embala-me em teu berço absurdo
De concreto e fumaça
Tuas samambaias nas encostas
Lembram-me a mata
Tua música singular
Teu canto caótico
Faz-me ninar
Entre carros, televisões, visões,
E máquinas.
Sou teu filho bastardo
Não desejado
Em um canto largado
Metrópole, eu chamo-te mãe,
Mas é esfinge
E não te decifro,
Devora-me.
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quinta-feira, maio 25, 2006

Perdi-me ao observar
O zepelim
Que pairava suave
No céu de cor púrpura,
E nem me dei conta
Que o mar beijava meus pés
E que me apartei de ti
Não olhei para traz
E minha’lma voou
Até sumir no horizonte
E naquele breve instante
Tive outras vidas
Esqueci de mim
Das privações,
Da miséria.
Leve voa o zepelim
Leve-me de mim
E não volte.
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quarta-feira, maio 24, 2006

Amor,
Rodo nessa cidade estranha e fria
de barro, pedra e pó.
Muita falta tua
Conto casais de pombos,
na torre da Igreja da Sé
Deus, e são noventa e três dias e
ainda dezessete horas.
Rodo na cama ruminando pensamentos
ai saudades, por estar só,
Ai, quantas saudades tuas!
Então teus olhos repousam nos meus
Assemelhamos-nos e jamais estaremos sós,
nem em desejos.
Deus, e são incontáveis noites de lua nova,
e infinitos dias de chuva
Fugi disso e hoje entendo que não posso fugir.
Guardo em mim furacão esquecido
que em nós se instala.
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sábado, maio 20, 2006

Lábios malditos
Fazem-me morte,
Amarga como o mal,
Das palavras não ditas,
Nesse cale-se de vozes
Num trago infindo, Sem ruído,
Sem sossego,
Sem esperança.
Lábios malditos
Aprisionam-me
Tomam-me como
Cálice de silêncio e dor.
Degustam-me gota a gota,
Desço em seus cantos,
Permeando-lhes
E borrando-lhe as faces,
Com meu veneno.
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sexta-feira, maio 19, 2006


A neblina encobre o topo
De minhas falésias preocupadas
E as formigas suicidas
Escapam pelas orelhas,
Vertem pelas narinas.

Não quero mais palestras,
Não quero mais doutrinas,
Vejo só a dança do véu
Da fumaça que não dissipa
Da nuvem que não passa.

Quero creolina,
Quero Liana,
Quero catarata,
Quero marina,
Quero ninar.
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quarta-feira, maio 17, 2006


E o que tinha de ti despedaçou-se
Como rosa murcha
Que solta suas pétalas
Que se vão ao vento
Nem se quer se lembram
Que foram rosa, um dia...
E poderia ter segurado,
Antes que se despedaçasse,
E guardado essa rosa dentro de um livro
Mas esse é o curso das coisas,
Não se pode deter a força do mundo...
Poderia ter pedido para que ficasse,
Mas já não queria tanto assim.
Mas a agonia de ver tudo desmoronar
Foi inevitável.
Poderia ter chorado,
Mas nenhuma lágrima veio
Só nos restou o adeus
E aquela vontade imensa de liberdade...
Para que outras rosas possam brotar.
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segunda-feira, maio 15, 2006

Não perca seu tempo
Tentando me entender
Eu já tentei explicar-me
Mas agora vivo
Mergulhado no meu asco
No meu ódio,
Sinto-me pressionado,
E o curso das coisas
Toma a minha paz,
Leva-me a derrota fatídica,
E penso que tudo mais pode esperar.
Não gasto minhas horas
Com o mau gosto,
E muito menos com visões premonitórias,
Clara nos olhos alheios.
Pois no túnel escuro que me encontro,
Enxergo as sombras da realidade
Que me martirizam.
Não me parece o melhor caminho,
Pois não há salvação para “cristos”, “budas”...
Prefiro a solidão à traição.
Não desperdice seus dias comigo,
Perceba a escuridão que toma tudo,
O desespero da humanidade,
Escute as vozes do andar debaixo,
Por que as verdades estão presas em quatro paredes
Com apenas uma porta de saída.
Não perca seu tempo
Abrindo a porta
Para seus inimigos.

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domingo, maio 14, 2006

número 2 Fabrício Carpinejar

Vou destacar hoje o trabalho de Fabrício Carpinejar, poeta, jornalista, gaúcho, nascido em 1972, na cidade de Caxias do Sul, filho do casal de poetas: Maria Carpi e Carlos Nejar, de onde tirou inspiração para seu sobrenome artístico a junção dos sobrenomes dos pais.

Carpinejar traz ao leitor sua voz interna, de maneira lírica e apaixonante e confesso ainda estar sob o efeito de seu livro “Um Terno de Pássaros ao Sul”. Seus poemas cheios de suas peculiaridades subjetivas e a sua maneira de moldar a sintaxe e os signos impressionam. Passeia entre a linguagem poética e a visão mítica imprimindo seu estilo único.

Sua busca interna se assemelha e por que não dizer que é a mesma de todo ser humano, consegue tocar a memória ou o consciente coletivo, longe de dizer que é um escritor comum, mas seu tom intimista faz com que nos sintamos próximos dele, e por vezes ouso dizer que me senti em sua pele, em suas indagações.

Vi em sua obra uma busca por suas raízes no livro “Um Terno de Pássaros ao Sul”, o amor que tem por elas, como também é visível sua busca do por vir, um confronto com seu futuro, retratado belamente no livro: “Terceira Sede”, onde discorre sobre o seu futuro no ano de 2045.

Fabrício flutua entre o que viveu e o que imaginou, e não há uma linha que divida esses dois estágios, permeia nossa leitura com sensações que consegue descrever com tanta clareza e sinestesia que nos dão a dimensão de serem reais. Com seu tom humano de se mostrar, retrata o amor, a perda, o desencanto, os sonhos em suas viagens humanas.

Lida com as palavras livremente, o que é uma tendência da poesia contemporânea, não há ritualização para a escrita, é mais uma escrita confessional, impregnada do trivial, cotidiano e passeiam pelo universo paralelo de sua subjetividade numa fluidez que impressiona. Mas não quero defini-lo como poeta contemporâneo, não vejo uma divisão clara em seu estilo para encaixa-lo em parâmetros de movimentos literários.

Carpinejar é um insulto, é a bofetada latejante na cara da desconfiança e do descrédito aos “jovens poetas”, para talentos não existe idade, existe preparo, estudo, dedicação, em qualquer área de atuação, inclusive a escrita.

Recomendo:
Um Terno de Pássaros ao Sul
Terceira Sede

Visite o sítio oficial do autor:
http://www.carpinejar.com.br/

Desejo uma boa semana e até a próxima!

Nota: O escritor lançou na última quinta-feira, dia 16 de março, seu primeiro livro de crônicas: “O Amor esquece de Começar”.

quinta-feira, maio 11, 2006


O céu que nos vigia
Poderia ser o céu que nos condena
A essa vida pacata,
De rotinas macabras,
De vai e volta
Sem latência,
Na deficiência das horas.
Esse cotidiano que no cerca
Nos aprisiona no mar
De idéias ruminantes
Para prover o que não ter
Que insanidade...
Esse marasmo de nada,
Essa conduta respeitável,
Terno, carro, gravata, trabalho.
O esquecer dos dias de sol,
Agradecer os dias nublados.
E na televisão querem nos convencer
Que a meia vontade é o bastante,
Querem nos iludir,
Só precisamos de boa comida,
De um terno,
De um carro,
E uma gravata.
“Esforce-se”,
“Enforque-se”
Para quê?
Para quem?
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quarta-feira, maio 10, 2006


Numa vertigem febril
Já não sei quem sou
Ou o que é alucinação
Vejo-me partido em mil
Estou só
Sem foco
Sem direção.
Suores do pavor
Absorvem a minha dor
Mas não há alívio.
Inflado por males múltiplos
não me entrego à inanição
Vejo-te em mim
Num dos meus pedaços
E ri, degola-me,
Zomba de meu afeto
De minha loucura sã.
Minhas mãos são flores
Meus dedos tentáculos nocivos
Que rasgam minhas vestes
E violam meu corpo
Buscam o alívio
A confissão
A expiação.
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Perdida em tuas unhas negras
Que quase revelam tua alma
Mergulho num fosso sem fundo
De onde não quero voltar
Já não ouço mais vozes
Não vejo mais gestos
Nem se dá conta do desprezo
Que me cabe
Restam de ti tuas linhas retas
Tuas caricaturas de overdose
Teu desencanto que beira ao encantamento
Tua vontade vazia de estar d’outro lado
E tuas unhas negras
Que bailam sobre meu olho absurdo
Que teimam em me guiar.

Agradecimentos especiais ao amigo Fernando Couto, modelo e idealizador da fotografia que ilustra o poema, que foi inspirado nesta imagem.

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segunda-feira, maio 08, 2006

Olhe dentro de mim
Analise minhas vísceras
Sente em seu trono
E diga-me francamente,
O que roubará de mim?
Do que precisa?
Procure nos cantos escuros
E nas luzes do meu ser
E se ainda houver
Algo valioso, leve!
E diga-me francamente,
O que mais arrancará de mim?
O que procura?
E na sua loucura
Não tente me tomar
Não estou a disposição
E sei no que acreditar
E diga que não quer nada de mim
Onipotente,
Volte de onde veio
Vá com sua supremacia
E me esqueça
Deixe o que é meu
E diga que não sou nada
E deixe-me viver em paz
Quero saber que pecado cometi
O que fiz de tão errado pra você
E o que te dá o direito de me julgar
E o que te faz perfeito.

A ilustração é de minha autoria.

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domingo, maio 07, 2006

Ruas negras rasgam a cidade
E minhas carnes moles
Sinto a civilidade rasgar minhas veias
E o alcatrão tomar meus olhos
Presos no horizonte,
Corre por minha cintura a avenida
Carros transitam pelas vicinais
Sou o cúmulo do excesso
Sou o túmulo de concreto.
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sábado, maio 06, 2006


Depois que parti de mim
Escrevo cartas intensas
Sem fim
Rabiscos tortos
Inúteis
E essa casca
Convalescente
Insiste em gritar,
Chorar, sofrer,
Clamar pelo que já fui
Mas esse que observa
Já não quer mais voltar
Busca ainda seu rumo
Está preso a esse tema
Fatídico e ignóbil
Como as canções repetidas
Em semitom
Não mais
Não mais.
A ilustração é de minha autoria.

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quinta-feira, maio 04, 2006


Teu colo é tão perfeito
Perco-me em teus desertos
Tuas falésias
Tuas chapadas
Teus cerrados
Tuas florestas assustadoras
Teria medo por certo
Mas o que tem é duvidoso
E gosto de aventurar-me
Quero teu membro rijo
O penetrar
O gozo.
Meus agradecimentos especiais ao fotógrafo Alexandre Costa, que fez essa foto especialmente para meu blog, deixando-me livre para criar um poema para ela!

Poderá encontrar mais da obra de Alexandre Costa no endereço:
http://contosecultos.blogspot.com/

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O temor dum tempo distante
Fazia ansiar pelo que me aguardava
Mas a vida se quebra em instantes
E me abandona, como escrava.

Na esperança de ser constante
Viajei nos olhos de quem amava
O temor dum tempo distante
Fazia ansiar pelo que me aguardava.

Mas o tempo, cavaleiro galante,
Seduzia, ludibriava,
Em meu pesadelo gritante
Ria-me, enquanto cavalgava,
O temor dum tempo distante.
A ilustração é de minha autoria.
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quarta-feira, maio 03, 2006

Aquarela

Fumei meus sonhos
E mais nada é realidade
Perdido na cidade
De concreto e pó
Mais um trago, proponho,
Hora do colapso nervoso
Da overdose de medo
Da síndrome vexatória
E antes que me disponha
Sejamos livres para morrer
E seguir pela estrada amarela
De uma linda aquarela
Repleta de tons
E se a morte não for o caminho
Que ainda sim tenha seu carinho
Na mesma estrada amarela
Daquela mesma aquarela
Repleta de tons.
Meus sinceros agradecimentos ao pintor Pedro Santos, autor da obra que ilustra meu texto, intitulada: "O Caminho Amarelo"
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terça-feira, maio 02, 2006


Julgo que nessa podridão
Ainda hei de ser feliz
Que a vida nesse fosso
Posso procurar
E no mais profundo de mim
Encontro a lótus
Nem quero mais a superfície
Agora, nessa solidão,
Penso que ainda hei de ser feliz
Mesmo que seja ouro do tolo
Não vou mais me torturar
Vou ficar aqui
Olhando-me
Como ainda não ousei me mostrar
Aceitando-me desabrochar.
Meus agradecimentos especiais ao fotógrafo Alexandre Costa, pela bela fotografia que já é poética por si só!
Poderá encontrar mais da obra de Alexandre Costa no endereço:
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Ama-me sem pudor
Enquanto ainda houver amor
Enquanto nos queimar a chama
Ama-me sem pudor

E quando não houver mais amor
Deixe a brasa nos consumir
E se ela se apagar
Ama-me pra se despedir.
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