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domingo, maio 14, 2006

número 2 Fabrício Carpinejar

Vou destacar hoje o trabalho de Fabrício Carpinejar, poeta, jornalista, gaúcho, nascido em 1972, na cidade de Caxias do Sul, filho do casal de poetas: Maria Carpi e Carlos Nejar, de onde tirou inspiração para seu sobrenome artístico a junção dos sobrenomes dos pais.

Carpinejar traz ao leitor sua voz interna, de maneira lírica e apaixonante e confesso ainda estar sob o efeito de seu livro “Um Terno de Pássaros ao Sul”. Seus poemas cheios de suas peculiaridades subjetivas e a sua maneira de moldar a sintaxe e os signos impressionam. Passeia entre a linguagem poética e a visão mítica imprimindo seu estilo único.

Sua busca interna se assemelha e por que não dizer que é a mesma de todo ser humano, consegue tocar a memória ou o consciente coletivo, longe de dizer que é um escritor comum, mas seu tom intimista faz com que nos sintamos próximos dele, e por vezes ouso dizer que me senti em sua pele, em suas indagações.

Vi em sua obra uma busca por suas raízes no livro “Um Terno de Pássaros ao Sul”, o amor que tem por elas, como também é visível sua busca do por vir, um confronto com seu futuro, retratado belamente no livro: “Terceira Sede”, onde discorre sobre o seu futuro no ano de 2045.

Fabrício flutua entre o que viveu e o que imaginou, e não há uma linha que divida esses dois estágios, permeia nossa leitura com sensações que consegue descrever com tanta clareza e sinestesia que nos dão a dimensão de serem reais. Com seu tom humano de se mostrar, retrata o amor, a perda, o desencanto, os sonhos em suas viagens humanas.

Lida com as palavras livremente, o que é uma tendência da poesia contemporânea, não há ritualização para a escrita, é mais uma escrita confessional, impregnada do trivial, cotidiano e passeiam pelo universo paralelo de sua subjetividade numa fluidez que impressiona. Mas não quero defini-lo como poeta contemporâneo, não vejo uma divisão clara em seu estilo para encaixa-lo em parâmetros de movimentos literários.

Carpinejar é um insulto, é a bofetada latejante na cara da desconfiança e do descrédito aos “jovens poetas”, para talentos não existe idade, existe preparo, estudo, dedicação, em qualquer área de atuação, inclusive a escrita.

Recomendo:
Um Terno de Pássaros ao Sul
Terceira Sede

Visite o sítio oficial do autor:
http://www.carpinejar.com.br/

Desejo uma boa semana e até a próxima!

Nota: O escritor lançou na última quinta-feira, dia 16 de março, seu primeiro livro de crônicas: “O Amor esquece de Começar”.

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