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segunda-feira, fevereiro 06, 2006


O canto do cisne

Milhares de imagens passaram por minhas retinas
Da mais crepuscular e negra
Á mais pura e cristalina
Do fogo do inferno ao frescor do mar
As gaivotas voando raso
Embarcações náufragas
Frágeis como vaso, inundadas,
Como minhas pálpebras,
Animais ruminando nas colinas
Plantações de trigo.
Ouvi a cantiga doce das meninas
As hienas correndo pelo deserto
Senti em teu corpo meu pequeno abrigo
Nenhum som além do vento,
Silêncio...
Caminhei por um sonho certo
E sonhei com imenso intento
E de olhos cerrados vi a morte chegar
Em teu corpo inóspito
E no coração quieto
O ultimo beijo, lábio seco.
Incontáveis sons permanecem
Em meus ouvidos
O clamor da mulher amada
O tambor silencioso do teu peito
O fervilhar dos pássaros, em revoada,
O suspiro do mar
O borbulhar das ondas, compassado,
O murmúrio do mar
Chamando-me para dançar,
E finalmente o canto do cisne
Um canto aflito
Num som impar
Compreendi que a partida é inevitável,
E que o derradeiro canto
É o mais bonito, inigualável,
Entendi que para sempre partiste.

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2 comentários:

Anônimo disse...

Larissa:Maravilhoso,com um final divino,o cantar triste do cisne,o derradeiro:"Compreendi que a partida é inevitável, E que o derradeiro canto É o mais bonito, inigualável, Entendi que para sempre partiste." Bjss

Anônimo disse...

Bela, sombria e letal como a aproximação do fim. As figuras são bem vívidas. Tiro meu chapéu a esta criação. Um abraço